Fronteiras entre ciência e paraciências : uma análise das controvérsias sobre a legitimidade da parapsicologia na França

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: LULA, Genaro Camboim Lopes de Andrade
Orientador(a): REESINK, Mísia Lins
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/52392
Resumo: Esta tese tem por objetivo contribuir para uma antropologia do conhecimento ao descrever os conflitos e as tensões nas situações de fronteira entre saberes modernos. Partindo do problema da marginalidade social e epistemológica das paraciências nas sociedades ocidentais, recorro à análise das controvérsias sobre a legitimação da metapsíquica francesa como recorte empírico. Analisando duas controvérsias pude observar os argumentos e os mecanimos de controle e rejeição da ciência bem como as estragégias dos sujeitos que vivem neste trânsito entre as fronteiras. À análise das controvérsias foi complementada com uma etnografia multisituada em que pude acompanhar como duas gerações de colaboradores da tradicional instituição guardiã da parapsicologia francesa, o Institut de Métapsychique Internacional, o IMI, conciliam sua carreira profissional de docente-pesquisador e as atividades de estudiosos, autores e militantes de paraciências. Analisando duas controvérsias interligadas pela memória pelos sujeitos, pude perceber através da dicotomia presente nas categorias êmicas “croyant x sceptique”, a lógica que demarca o funcionamento das fronteiras externas que demarcam os limites entre as disciplinas científicas e disciplinas paracientíficas quanto entre estas e as doutrinas religiosas e as práticas mágicas. Mas, também a das fronteiras internas que os indivíduos usam para separar identidades ligadas às paraciências de uma variação mais ligada a esoterismos ou a espiritualismos ou mesmo a grupos de céticos. Em sendo a racionalidade um valor cultural que os interlocutores atribuem à indentidade nacional, ela tanto é incentivada como um ascetismo laico quanto é aquilo que impede um bom tratamento para a questão da legitimidade das paraciências.