Interações entre os dois circuitos da economia urbana no comércio de gêneros alimentícios da feira de Casa Amarela - Recife-PE

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SANTOS, Julyana Gomes dos
Orientador(a): BITOUN, Jan
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10576
Resumo: A complexidade de interações existentes no cotidiano da cidade faz com que preponderantemente nossa observação do espaço circundante seja banalizada. Estudos que se debruçam sobre o funcionamento do pequeno comércio, considerando-os como importantes peças que devem ser valorizadas para a vida de relevante parte da população que ocupa as cidades, assim como estudos que se voltem para o relacionamento entre as hierarquias no que concerne ao comércio, são escassos, apesar de serem de grande importância para considerável parcela da população. Nosso estudo teve como objetivo principal analisar as interações existentes entre os dois circuitos da economia urbana (superior e inferior), através do comércio desenvolvido na feira de gêneros alimentícios de Casa Amarela – Recife/PE, sob a luz das discussões realizadas por Santos (1979) no tocante a esta teoria. Para tanto, fez-se necessário o esforço de compreender as variáveis do período atual para relativizar as questões acerca dos dois circuitos colocadas pelo autor, como as substanciais modificações no mundo do trabalho advindas da flexibilização, repercutindo, de uma forma geral, na precarização do trabalho, tanto no circuito inferior quanto no superior. Procuramos então, caracterizar o comércio de gêneros alimentícios realizado na Feira de Casa Amarela, levando-nos também a caracterizar alguns atacadistas do CEASA-PE, assim como entender o comércio existente neste espaço, a fim de compreender as interações existentes no relacionamento entre as partes – feira e CEASA-PE. Nesta empreitada, foi imprescindível atentar para o fato de que, apesar das significativas mudanças tanto na economia nacional (ampliando o acesso da população a alguns serviços e também ao crédito), quanto no funcionamento do mercado de trabalho no Brasil, o trabalho permanece precário e desvalorizado para a população pobre, mas também é precário para a população com qualificação, através de uma flexibilização institucionalmente aceita, com o contrato por tempo determinado ou por serviço prestado etc. No relacionamento analisado, pudemos observar o quanto imbricadas estão as práticas realizadas na feira de gêneros alimentícios de Casa Amarela às práticas realizadas no CEASA-PE, onde a primeira está submetida hierarquicamente abaixo da dinâmica desenvolvida pelo segundo, numa dinâmica onde se reproduz a precarização do trabalho e onde ao mesmo tempo possui persistência e relevância o funcionamento de espaços como a feira livre, mesmo não havendo um reconhecimento do valor que a mesma tem sobre a dinâmica espacial.