Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
Porto, Gil Carlos Silveira |
Orientador(a): |
Serpa, Angelo Szaniecki Perret |
Banca de defesa: |
Germani, Guiomar Inez,
Sampaio, Antônio Heliodório Lima,
Serpa, Angelo Szaniecki Perret |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal da Bahia. Instituto de Geociências
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia (POSGEO)
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/19361
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Resumo: |
O presente trabalho discute a configuração espacial e a produção das principais feiras livres dos municípios de Maiquinique, Macarani, Itarantim, Itororó e Itapetinga, todos inseridos na Região Sudoeste do Estado da Bahia. O trabalho foi desenvolvido a partir do entendimento de que as feiras constituem uma das ferior da economia urbana dos países subdesenvolvidos. O referencial teórico, de maior relevância, utilizado para se compreender as feiras foi o do professor Milton Santos. As análises foram construídas mediante informações concedidas pelos feirantes comerciantes e consumidores à luz da teoria citada. Após tabulação e interpretação dos dados obtidos verificou-se que a maioria dos atributos do circuito inferior está presente no “acontecer” das feiras livres. Essas características vão desde as relações estabelecidas entre comprador e vendedor à organização interna dos espaços de venda. Além do entendimento da feira enquanto parte integrante do circuito inferior desses municípios, questões outras foram elucidadas. A maioria dos comerciantes e dos consumidores é de baixa renda e freqüentam a feira não somente para vender e compra, mas a vêem como local de encontro e de entretenimento. Por conta disso, a feira não foi entendida apenas como fenômeno econômico, mas também como fenômeno cultural. Percebeu-se que nos cinco municípios estudados a feira é freqüentada por classes sociais diferentes. Porém, a maioria dos feirantes consumidores entrevistados afirmou não ter nenhum rendimento ou recebe menos de um salário mínimo por mês. Itapetinga, município que apresenta maior população total e urbana, também possui a maior parcela da população com rendimentos salariais relativamente altos, isso, se comparados aos rendimentos dos demais municípios. Sua feira é freqüentada por uma população de menor poder de compra, se ela é comparada relativamente à dos demais municípios. Isso implica dizer que, à medida que a população e a renda do município aumenta, e se o aumento dessa renda é acompanhado pela importância da cidade em relação às do entorno, a feira tende a ser freqüentada por uma população de menor poder aquisitivo, ao passo que, nos municípios onde essas características não ocorrem, a feira é “utilizada” proporcionalmente por pessoas de classes sociais distintas. O atual movimento das feiras livres e as características resultantes desse processo produzem uma configuração espacial com elementos característicos em cada uma delas, porém, existem diferenças entre elas, se são observados outros elementos, evidenciando assim, suas peculiaridades. Nesse sentido, duas feiras foram escolhidas para serem compreendidas a partir da sua arrumação no espaço. A menor, a feira de Maiquinique e a maior, a de Itapetinga. A análise das feiras a partir do referencial teórico proposto reafirmou a importância das mesmas para a população rural e urbana de cada município. Sua configuração, sua produção e os aspectos culturais nela presentes são, portanto, resultantes da forma como a sociedade, onde estão inseridas, apropria e utiliza o espaço e do conjunto de valores construídos historicamente por suas populações. |