Os bacamarteiros de caruaru

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: LIMA, George Michael Alves de
Orientador(a): NOGUEIRA, Maria Aparecida Lopes.
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10889
Resumo: Esta dissertação apresenta um estudo antropológico sobre os grupos de Bacamarteiros da cidade de Caruaru, agreste de Pernambuco, com o objetivo de compreender quais os significados que envolvem essa manifestação cultural e, ao mesmo tempo, a dinâmica sociocultural na qual se insere o folguedo. Neste sentido, o estudo busca identificar a história, quem são os bacamarteiros, como vivem, quais as ferramentas utilizadas na transmissão dessa tradição, a religiosidade, a arte e, sobretudo, as especificidades desta tradição centenária. Urge apontar que a escassa literatura acerca dos bacamarteiros sugeriu um diálogo constante com uma obra de caráter referencial, nomeadamente, Bacamarte, Pólvora e Povo (1965), do pesquisador Olímpio Bonald Neto, justamente por se tratar de um raro momento onde esses grupos foram devidamente contemplados numa pesquisa mais extensa. O folguedo consiste em uma apresentação cênico-performática de um grupo de 15 a 20 pessoas que - vestidos com calça e camisa de zuarte, lenço vermelho no pescoço, chapéu de palha ou couro adornado com uma rosa vermelha, alpercatas ou tênis, bisaco com munição e seu bacamarte - desfilam e fazem suas apresentações nas ruas, avenidas ou mesmo na zona rural da cidade, dando salvas de tiros em homenagem aos santos católicos reverenciados no mês de junho na região: Santo Antônio, São João e São Pedro. Segundo os dados coletados ao decorrer da pesquisa, a tradição se perpetua há aproximadamente cento e cinquenta anos. Dissertar sobre os bacamarteiros foi percorrer o universo da história oral, tendo em vista não haver documentos e tampouco referências em obras científicas sobre os mesmos, salvo breves momentos encontrados na literatura brasileira que foram contemplados no decorrer da dissertação. Quanto às origens, a versão mais difundida refere-se ao surgimento desses grupos após a Guerra do Paraguai (1865). Porém, diante dos dados coletados, somos levados a crer que o folguedo foi criado por pessoas da zona rural que, ao buscar homenagear a valentia do homem nordestino, acabaram por agregar diversos elementos culturais provenientes dos mitos da região.