Conversas reservadas: Vozes públicas , conflitos políticos e rebeliões em Pernambuco no tempo da independência do Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: José Gomes Cabral, Flavio
Orientador(a): Cavani Rosas, Suzana
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7149
Resumo: Em 24 de agosto de 1820, foi deflagrada em Portugal uma revolução liberal que procurou transformar as antigas cortes consultivas do Antigo Regime em cortes deliberativas, com o intuito de elaborar uma Constituição para o reino, subordinando o rei ao Poder Legislativo. Esse movimento visava ainda exigir o retorno do monarca, que se encontrava no Brasil desde 1808. Em Pernambuco, as primeiras notícias sobre as novidades portuguesas chegaram confusas e as repercussões foram imediatas, porém controversas. Viveram-se, então, momentos conflituosos, pontuados por intensa repressão. Ainda em fins de 1820, uma sedição influenciada pelos ventos liberais foi abafada e, no ano seguinte, o governador régio seria expulso, inaugurando um governo de junta provisória eleita na província. Apesar de esses acontecimentos contribuírem para encerrar em Pernambuco a dominação do Antigo Regime, a ruptura com Portugal não era cogitada pelas principais lideranças políticas locais. A Independência só viria a ser pensada entre fins de agosto e princípios de setembro de 1822. A pesquisa procura demonstrar, baseada principalmente em fontes manuscritas, algumas das quais inéditas, que as novas experiências políticas foram debatidas no país, em particular em Pernambuco, de maneira original, graças à emergência de uma sociabilidade e de uma cultura política disseminada através de discursos, falatórios, canções, gestos, festas, manipulação do simbolismo e repetição de certas idéias dinamizadas pelo pedagogismo doutrinário emergente. As técnicas de propaganda, a mobilização de populares e a politização do cotidiano foram fórmulas inventadas com o objetivo de adequar a província às inovações, transformando-se em elementos importantes da nova experiência política inaugurada no país a partir de 1820