Viva a Liberté! : cultura política popular, revolução e sentimento patriótico na independência do Grão-Pará, 1790-1824

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2008
Autor(a) principal: Júnior Ishihara Brito, Adilson
Orientador(a): Cristina Martins Guillen, Isabel
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7163
Resumo: Este trabalho se propõe a discutir o processo de independência brasileira a partir do contexto político vivido na província do Grão-Pará, entre meados do século XVIII e as duas primeiras décadas do século XIX. O ângulo de visão escolhido para compreender esse intricado momento foi o da sociedade política marginal , ou seja, dos grupos de homens e mulheres livres pobres e escravizados da província, que, embora não estivessem situados nos espaços institucionalizados da política e do poder, construíram variados sentidos para o processo de ruptura com Portugal, amparados no conhecimento que possuíam das concepções e práticas da revolução liberal que se expandia pela Amazônia, principalmente irradiada das fronteiras. Nos interstícios localizados entre as instituições áulicas e o universo dos gestos e comportamentos marginais do dia-a-dia, foi sendo forjada uma rica e dinâmica cultura política popular , da qual partilhava a população semi-letrada e iletrada da província, notadamente os índios, mestiços e, em menor proporção, os negros. A partir desses referenciais políticos, econômicos e sociais, esses sujeitos históricos construíram seus projetos de futuro, geralmente embasados em um sentimento patriótico original, que propunha mudanças importantes na organização da sociedade e do poder, que melhor traduzissem o que entendiam por direitos , liberdade e cidadania , que deveriam ser incorporados no debate constitucional do nascente Império Brasílico. Visionários de um devir verdadeiramente livre, construíram suas próprias independências, geralmente circunscritas às práticas de revolução que, no limite, ganhavam sentido nos gritos de Viva à Liberté!