Qual a influência do internamento hospitalar na função pulmonar e na tolerância ao esforço em adultos sobreviventes à COVID-19?

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MASTROIANNI, Viviane Wanderley
Orientador(a): BRANDÃO, Daniella Cunha
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Fisioterapia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49251
Resumo: A disseminação da COVID-19 continua sendo uma emergência de saúde pública de interesse internacional, resultando em uma enorme carga global de sequelas relatadas. A frequência, variedade e gravidade dessas sequelas ainda não são bem compreendidas, mas sabe-se que podem persistir por muito tempo após fase aguda da doença. Vários estudos sobre o período pós-COVID-19 demonstram grande proporção de sobreviventes que apresentaram sintomas cardiopulmonares persistentes e intolerância ao exercício. A hospitalização ou necessidade de cuidados intensivos durante a infecção aguda foi associada a essa intolerância. Considerando os prejuízos funcionais, principalmente nos casos graves de COVID-19 e a proporção significativa de pessoas que são hospitalizadas, torna-se essencial compreender os mecanismos, fatores predisponentes e o efeito da COVID-19 na função pulmonar e cardiorrespiratória de acordo com a hospitalização, a fim de oferecer abordagens preventivas e curativas eficazes para a doença, além de estratégias para reduzir sua transmissão. O objetivo do estudo envolveu comparar a função pulmonar e a tolerância ao esforço, em indivíduos com COVID-19 longa, que foram hospitalizados, com os indivíduos sem histórico de hospitalização causada pela COVID-19; Além de comparar os dados sociodemográficos, antropométricos e clínicos, a força muscular respiratória, e a resposta hemodinâmica ao Teste de Esforço Cardiopulmonar; correlacionar o tempo de internamento com a função cardiorrespiratória; e correlacionar a potência circulatória com o comportamento do limiar ventilatório. Trata-se de um estudo transversal, com população composta por indivíduos entre 18 e 65 anos, com diagnóstico prévio de COVID-19 comprovado por exame sorológico ou RT-PCR. A coleta de dados ocorreu no Departamento de Fisioterapia da UFPE (DEFISIO), entre agosto e novembro de 2021, onde foram obtidos os dados sociodemográficos, antropométricos e clínicos do paciente, e depois realizadas a avaliações inicial (anamnese), respiratória (espirometria e manovacuometria) e da capacidade funcional (teste de esforço cardiopulmonar). RESULTADOS: Os pacientes que foram internados apresentaram valores médios de avaliação de função pulmonar (VEF1 e CVF) e de força muscular respiratória (% Pi e Pemáx preditas) inferiores aos valores médios dos não internados, embora sem diferença significativa entre os grupos; mais de 90% da amostra apresentou VO2 pico entre fraco e muito fraco; 37,8% da amostra apresentou possibilidade de pior prognóstico (VE/VCO2 >34), sendo 80% deste percentual, composto por pacientes que foram internados; Houve correlação negativa entre o tempo de internamento da amostra e a % de pulso de oxigênio (p=0,036 e r=-0,367), com o TLV1 do TECP (p=0,040 e r=-0,366); Houve correlação positiva entre o TLV1 e a potência circulatória do teste de tolerância ao esforço (p=0,002 e r=0,510). Apesar de não obtermos resultados com diferenças em relação à função pulmonar e cardiorrespiratória quando comparamos os grupos de hospitalizados e não hospitalizados, pudemos verificar que ambos os grupos apresentaram alterações que podem sugerir dano cardiovascular e pulmonar residual ou presença de manifestações extrapulmonares, como miopatia e descondicionamento físico, além da possibilidade de pior prognóstico . Além disso, pudemos correlacionar o descondicionamento físico e a baixa tolerância ao esforço com o tempo de internamento, e correlacionar a baixa tolerância ao esforço a um pior prognóstico da doença.