Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2005 |
Autor(a) principal: |
CÂMARA, Bruno Augusto Dornelas |
Orientador(a): |
CARVALHO, Marcus Joaquim Maciel de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7855
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Resumo: |
A presente dissertação aborda o tema do trabalho livre em Pernambuco. A sua análise está centrada principalmente nas manifestações de rua chamadas de matamarinheiros, ocorridas no Recife nos anos que antecederam a eclosão da Insurreição Praieira. O alvo principal dos manifestantes era a comunidade portuguesa residente na cidade. Nessa época, trabalhadores nacionais e estrangeiros, na sua maioria portugueses, concorriam numa acirrada disputa pelas oportunidades de emprego no mercado de trabalho. Dessa concorrência entre nacionais (livres e libertos pobres) e estrangeiros (pequenos comerciantes e caixeiros de parcos recursos), pelo comércio da cidade e pelas oportunidades de empregos disponíveis nos estabelecimentos comerciais, afloraram rivalidades raciais e tensões sociais de toda ordem. Em um dos mais intensos mata-marinheiros ocorridos na cidade, entre os dias 26 e 27 de junho de 1848, vários manifestantes chegaram mesmo a propor a Assembléia Legislativa Provincial que fizesse passar uma lei não só para nacionalizar o comércio a retalho, como também para expulsar os portugueses solteiros residentes na província. O intuito era vedar aos lusitanos não só o emprego de caixeiro de comércio, mas também a propriedade das casas de comércio a varejo. O acirramento do antilusitanismo nos anos de 1840 em Pernambuco tem estreita ligação com a disputa entre Praieiros e Conservadores pelo poder na província. Isso está registrado em alguns documentos de época. Segundo eles, os promotores desses distúrbios (a populaça do Recife ) não agiam com total independência, mas estariam subordinados a um grupo dirigente, formado por algumas lideranças do Partido Praieiro e por parte de uma facção liberal alijada do poder na província. Dessa forma, essas mobilizações de rua foram vistas apenas como fruto do clientelismo urbano. Contudo, tais reivindicações iam mais além; afinal, o que parecia orientar de forma decisiva a luta social da populaça do Recife era a sobrevivência diária, em que os poucos empregos disponíveis no meio urbano eram ocupados na sua maioria por trabalhadores portugueses |