Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2019 |
Autor(a) principal: |
Mafra, Matheus Henrique |
Orientador(a): |
Não Informado pela instituição |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8139/tde-03092019-140851/
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Resumo: |
Este trabalho tem como objetivo analisar o álbum Canções Praieiras (CAYMMI, 1954), a partir da descrição de cada uma de suas faixas, mas com ênfase no sentido gerado pelo álbum como um todo. Essa proposta se insere numa discussão mais abrangente sobre a discursividade dos álbuns musicais. Diferentes reflexões evidenciam a ocorrência de uma tensão enunciativa inerente ao tipo discursivo álbum: uma relação complementar entre, de um lado, a identidade do álbum (composta por uma reiteração de elementos de expressão e conteúdo que criam um senso de unidade entre as faixas) e, de outro, a autonomia discursiva das faixas (que ainda podem ser reconhecidas, cada uma, como uma peça musical ou cancional). Assim, a descrição satisfatória de um dado disco poderia se dar em dois tempos: num primeiro momento, na análise faixa a faixa (isto é, o exame de cada uma das partes), encaminhando-se, por fim, à análise do projeto enunciativo do todo (revelado nas relações entre as faixas), tanto em âmbito paradigmático quanto no sintagmático. Seguindo essas premissas, o trabalho se dirige à descrição analítica do álbum de Caymmi. As análises de cada uma das oito faixas do disco seguem o modelo descritivo da Semiótica da Canção, conforme proposto por Luiz Tatit. Tendo todas as canções devidamente examinadas, é possível descrever o universo figurativo instituído em discurso, que estabelece uma rígida hierarquia entre os atores místicos (o mar em todas as suas distintas manifestações, Deus e a Lagoa do Abaeté) e os atores terrenos (pescador e mulher praieira). Verifica-se, ainda, a importância do sequenciamento das faixas na geração de sentido em Canções Praieiras. Por fim, reflete-se sobre os possíveis desdobramentos deste trabalho, que parece apontar para a descrição dos fazeres enunciativos próprios do álbum cancional, bem como dos elementos que constituem a relação de dependência entre faixas e disco. |