A economia zapatista: retratos de uma insurreição autônoma

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: Sória, Liz Nátali
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/8/8137/tde-09092019-143138/
Resumo: A luta por território realizada pelos camponeses, indígenas e demais trabalhadores do centro-sul do México, reunidos em torno da figura de Emiliano Zapata, foi um dos principais alicerces do processo histórico que ficou conhecido como revolução mexicana, a partir do final de 1910. Ao longo de seus primeiros passos, o zapatismo elaborou um posicionamento de autonomia em relação às disputas pelo poder central e realizou sua luta a partir de parâmetros próprios, sem esperar diretrizes construídas a partir do Estado. O presente estudo busca observar a autonomia do movimento zapatista conduzido pelos pueblos junto a seu Exército Libertador, com base em suas necessidades. A fim de compreender os parâmetros e alcances deste posicionamento autônomo, analisamos a prática do zapatismo na reorganização produtiva de seu território, a partir da expulsão dos hacendados produtores de açúcar que, historicamente, haviam roubado as terras pertencentes aos pueblos. Observamos a produção do zapatismo em torno de dois aspectos: a base e a restituição da economia milenar dos pueblos pautada no cultivo do milho e a relação do movimento com as formas de produção deixadas pelas haciendas de açúcar e ocupadas pelo zapatismo em prol de sua insurreição. Este trabalho se debruça, assim, sobre os limites e as potencialidades das ações realizadas pelo zapatismo no estado de Morelos e estados vizinhos, de 1911 ao início de 1916, que proporcionaram a possibilidade de uma nova forma de produzir a sobrevivência coletiva e a vida, em meio à resistência contra as forças que atacaram permanentemente a prática e o projeto dos insurgentes do centro-sul.