O “retalho” do comércio: a política partidária, a comunidade portuguesa e a nacionalização do comércio a retalho, Pernambuco 1830- 1870

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Câmara, Bruno Augusto Dornelas
Orientador(a): Carvalho, Marcus Joaquim Maciel de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10974
Resumo: O antilusitanismo e as manifestações pela nacionalização do comércio foram constantes na província de Pernambuco, durante o século XIX. O tema, quando não estava estampado nos jornais e periódicos da época, estava presente nas ruas, na forma de violentos matamarinheiros, onde portugueses eram espancados e as casas de comércio sofriam saques. Entre as décadas de 1830 a 1870, a questão esteve na pauta das bancadas do partido liberal e de outras facções políticas. O ápice da discussão se deu nos meses que antecederam a Insurreição Praieira, quando o deputado Nunes Machado propôs o projeto mais radical, nacionalizando de uma única vez o ramo do comércio a retalho. O tema tinha grande popularidade. No parlamento e em algumas assembléias provinciais ocorreram tentativas de se criar impostos restringindo a entrada de estrangeiros como caixeiros de comércio. Na contramão desse processo, a comunidade portuguesa do Recife cresceu e se consolidou como um grupo economicamente importante, com influência no poder e na política partidária. Para avaliar a chamada “influência lusitana” e a sua importância é necessário uma pesquisa minuciosa dos membros que compunham essa comunidade e suas redes de solidariedade e o seu poder dentro e fora da província. Por outro lado, quase todas as políticas em prol da inclusão do trabalhador nacional no comércio foram abafadas pela questão maior da imigração e da manutenção de capitais estrangeiros. A nacionalização foi feita, mas de forma lenta e com a presença desses portugueses e de outros estrangeiros, num processo que teve origem em vários pontos: a naturalização desses comerciantes, o legado comercial deixado aos filhos já brasileiros, a redução do contingente de imigrantes e do fluxo de empregados estrangeiros que renovava os quadros no comércio, bem como o fim da perspectiva de ascensão social e econômica por meio da profissão de caixeiro. A presente tese procura discutir a política partidária em torno dos projetos de nacionalização do comércio, em diferentes conjunturas políticas pelas quais passou a província. Esse processo também contou com a participação da comunidade portuguesa, que se organizou para a manutenção de seus interesses econômicos.