Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2012 |
Autor(a) principal: |
Câmara, Bruno Augusto Dornelas |
Orientador(a): |
Carvalho, Marcus Joaquim Maciel de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/10974
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Resumo: |
O antilusitanismo e as manifestações pela nacionalização do comércio foram constantes na província de Pernambuco, durante o século XIX. O tema, quando não estava estampado nos jornais e periódicos da época, estava presente nas ruas, na forma de violentos matamarinheiros, onde portugueses eram espancados e as casas de comércio sofriam saques. Entre as décadas de 1830 a 1870, a questão esteve na pauta das bancadas do partido liberal e de outras facções políticas. O ápice da discussão se deu nos meses que antecederam a Insurreição Praieira, quando o deputado Nunes Machado propôs o projeto mais radical, nacionalizando de uma única vez o ramo do comércio a retalho. O tema tinha grande popularidade. No parlamento e em algumas assembléias provinciais ocorreram tentativas de se criar impostos restringindo a entrada de estrangeiros como caixeiros de comércio. Na contramão desse processo, a comunidade portuguesa do Recife cresceu e se consolidou como um grupo economicamente importante, com influência no poder e na política partidária. Para avaliar a chamada “influência lusitana” e a sua importância é necessário uma pesquisa minuciosa dos membros que compunham essa comunidade e suas redes de solidariedade e o seu poder dentro e fora da província. Por outro lado, quase todas as políticas em prol da inclusão do trabalhador nacional no comércio foram abafadas pela questão maior da imigração e da manutenção de capitais estrangeiros. A nacionalização foi feita, mas de forma lenta e com a presença desses portugueses e de outros estrangeiros, num processo que teve origem em vários pontos: a naturalização desses comerciantes, o legado comercial deixado aos filhos já brasileiros, a redução do contingente de imigrantes e do fluxo de empregados estrangeiros que renovava os quadros no comércio, bem como o fim da perspectiva de ascensão social e econômica por meio da profissão de caixeiro. A presente tese procura discutir a política partidária em torno dos projetos de nacionalização do comércio, em diferentes conjunturas políticas pelas quais passou a província. Esse processo também contou com a participação da comunidade portuguesa, que se organizou para a manutenção de seus interesses econômicos. |