Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2020 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Sidney Carlos Rocha da |
Orientador(a): |
FREITAS, Alexandre Simão de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/38533
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Resumo: |
Vivemos tempo algum, nenhum tempo temos. São tempos de desencantamento. Um estado que nada acontece: suspensão. É apreciação de coisa-alguma: nada. Fazemo-nos a partir daquela insensibilidade que sabe de tudo, mas que nada sente. O que esse desencantamento não para de dizer, insistimos em não perceber: há algo de terminal em nosso mundo, a ausência de futuro já começou. Cabe-nos, mais do que nunca, farejar, nas impossibilidades do mundo, as brechas de horizontes perdidos. Nessa direção, pesquisamos em educação movidos pelo desejo de retirar do silenciamento outras epistemologias, minoritárias, como as que foram forjadas nos contrafortes dos Himalaias. Na busca de rastros do que ainda não se deixam pensar no campo acadêmico da educação, viajamos até o extremo oriente e nos perguntamos: em que medida a visão espiritual do professor tibetano Chögyam Trungpa Rinpoche pode contribuir para reorientar nossas propostas educativas? A intenção mais ampla consiste em analisar a visão filosófico-educacional deste pensador, descrevendo as bases onto-antropológicas do que ele denomina de educação guerreira a fim de mapear rastros para desdobrar uma pedagogia fantástica. De modo mais específico, buscamos (1) compreender a visão espiritual imanente ao pensamento pedagógico de Chögyam Trungpa Rinpoche, no intuito de extrair implicações que nos ajudem a repensar o papel da educação; (2) apresentar a mitologia de Shambala e o dispositivo pedagógico denominado de educação guerreira, buscando compreender o que significa ser sujeito da educação nesse contexto; e (3) apreender a meta educacional defendida pela filosofia da educação de Chögyam Trungpa Rinpoche, discutindo suas possibilidades de tradução e seus desdobramentos para a formulação de uma pedagogia fantástica. Para tanto, empreendemos uma investigação de caráter teórico-bibliográfico. Como mostraram os resultados, o enfoque de espiritualidade, desde o modo budista apreendido por Chögyam Trungpa Rinpoche, configura-se como um exercício de arejamento das estruturas de dominação e rigidez sustentadas pelo modo neurótico de funcionamento do eu. A questão que a espiritualidade pretende inserir no cenário das ciências humanas, de modo geral, e do campo educativo, de modo particular, está baseada na capacidade de abrirmos um espaço de intercâmbio de posição, onde o eu, descentrado, transmuta a neurose para enxergar o mundo desde outros pontos de vistas. O dispositivo denominado de educação guerreira, ao se inspirar na mítica de Shambala, apresenta-se como intervenção pedagógica pautada não só na reativação da magia, mas em sua invocação. Organizado por uma proposta política-pedagógica sustentada pela experiência do mundo sagrado, o trabalho formativo volta-se para um cuidado comum com as vidas. Do modo como foi tematizada, a trilha formativa da educação guerreira não só é sustentada por uma visão sui generis de espiritualidade como nos deixou rastros para engendrar o que chamamos de pedagogia fantástica. Um método de ensino e aprendizagem que, ao borrar as fronteiras da percepção, abre uma fenda nos limites da razão. Inspirados pela visão espiritual de Chögyam Trungpa Rinpoche, podemos concluir que a espiritualidade é um dispositivo formativo de cuidado com os outros do mundo e a educação um artefato mágico de transformação dos corpos pela via da fantasia. |