Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2018 |
Autor(a) principal: |
NUNES, Cleiton de Barros |
Orientador(a): |
FREITAS, Alexandre Simão de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31729
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Resumo: |
O exercício proposto nesta tese buscou recolher, a partir do pensamento de Giorgio Agamben, fragmentos poéticos de uma comunidade que vem, ficcionalizando a ideia de uma educação qualquer como experiência formativa extrema, que não está assentada ou pretende reivindicar uma identidade e que, ao mesmo tempo, não abdica do viver junto como experiência éticopolítica fundamental. Tratou-se de assombrar o sujeito da educação com os fantasmas que ele mesmo produziu na forja da sua experiência formativa, inseparável da eliminação maciça de todos aqueles que não se identificam com e como ele mesmo. A espiritualidade, aqui, foi tomada como a vida imprópria daqueles que fazem da experiência da comunidade uma maneira singular de resistir ao biopoder fundado no sujeito e na identidade, cujo paradigma é o humanismo assentado na figura/substância do sujeito-homem. Do ponto de vista metodológico, a experiência consistiu em recolher os fragmentos de outras experiências formativas possíveis utilizando a leitura do livro "A comunidade que vem" como chave arcana para abrir fendas e revirar os escombros do nosso pensamento pedagógico, entrevendo outros mundos lá mesmo onde o próprio mundo do pesquisador se mostra fadado ao desaparecimento. Inicialmente, apresento a discussão em torno do alcance e dos limites do pensamento antropológico como ideia central da educação no Ocidente, mostrando como esse pensamento se projeta na definição de uma teleologia formativa. O exercício implicado consistiu em remover a mitologia da finalidade enquanto eixo privilegiado na reflexão filosófico-educacional, argumentando que essa narrativa dos meios e dos fins sustenta a existência do sujeito como pressuposto fundante da educação ao mesmo tempo em que é sustentada por ele. A seguir, apresento a constelação de pensamento à qual Agamben está conectado nos múltiplos tensionamentos presentes na sua reflexão sobre a comunidade que vem, menos como um esforço exegético e mais como um trabalho para situar o lugar de Agamben na cartografia contemporânea do comum. Talvez ele próprio não se reconheça nas proximidades e distâncias apenas esboçadas aqui. Logo depois, apresento o pensamento da comunidade do filósofo italiano argumentando que se trata ao mesmo tempo, de uma ontologia e de uma poética. A pretensão aqui é tornar claro nosso argumento central: uma poética da comunidade nos expõe a modos radicalmente outros de pensar a educação. O quarto capítulo tem a pretensão de apresentar mais diretamente a noção de "educação qualquer" que estou propondo nessa tese a partir de três pontos centrais: a ideia de uma forma-de-vida como vida inseparável de sua formação; a ideia de nudez como chave para pensar uma educação que não toma o corpo como mero objeto de intervenção, mas como aparição de uma presença irreparável; e a ideia de gesto como exibição de um modo de ser e de formar no espaço do qualquer. Por fim, o limiar final do trabalho consiste em um gesto de abandonar o nosso desejo de propriedade na experiência formativa, admitindo que é na imprópria experiência de uma comunidade qualquer que podemos, ainda, devir outros |