“Pelos sentimentos de caridade que vos animam” estabelecemos o Asilo de Mendicidade do Recife : controle e repressão aos mendigos (1840-1876)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2022
Autor(a) principal: MORAIS, Grasiela Florêncio de
Orientador(a): ROSAS, Suzana Cavani
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Historia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/51100
Resumo: Este trabalho tem como objeto, o estudo do controle empreendido sobre a mendicância na cidade do Recife, entre os anos de 1840 e 1876. As percepções sobre a mendicidade e sobre os mendigos foram se modificando e propiciando novas estratégias para o seu controle, à medida que se alteravam as concepções sobre a cidade e sobre o universo do trabalho. Caridade, assistência e filantropia foram algumas das expressões que fizeram parte do vocabulário no trato da população tida como “desvalida da humanidade”. Para além dos seus significados, no Recife, a partir dos anos de 1830, projetos de gestão da indigência urbana foram sendo delineados pelas autoridades locais para conter a população enquadrada como mendicante. Portanto, o objetivo da presente tese foi analisar como o processo de institucionalização da caridade pública ofertada pelo Estado serviu para concentrar, encarcerar e condicionar ao mundo do trabalho sujeitos enquadrados como mendicantes. Para esse fim criou-se o Asilo de Mendicidade do Recife, o qual foi estabelecido, em 1859, primeiramente numa das enfermarias do Hospital Pedro II (onde funcionou entre os anos de 1860 e 1870) e depois foi transferido para um edifício comprado (que serviu de 1870 a 1876), localizado nos arrabaldes do Recife, especificamente, no bairro de Santo Amaro das Salinas. Em nosso ofício detetivesco, debruçamo-nos sobre documentos diversos, de impressos a manuscritos, com o intento de compreender as fases e o funcionamento do Asilo de Mendicidade, que foi modificada de instituição criada para “ensaio” ou “experimento”, foi pretendida a servir como nosocômio, casa de correção e casa de trabalho. A trajetória dessa instituição se confunde com a história da cidade do Recife, bem como está entrelaçada à história de muitos indivíduos que na condição de internos viveram de “portas adentro” do Asilo de Mendicidade. Por fim, nas linhas desse trabalho, tecemos a história dessa instituição e dos seus asilados, os quais reunidos num mesmo espaço foram sendo destituídos do seu “eu” que havia “portas afora” para outro “eu” que deveria servir de “portas adentro”.