Eu mendigo: alguns discursos da mendicância na cidade de São Paulo

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2004
Autor(a) principal: Serrano, Cesar Eduardo Gamboa
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/47/47131/tde-20092004-153545/
Resumo: Esta pesquisa investiga o discurso produzido por mendigos na cidade de São Paulo, bem como as relações que se estabelecem entre a prática da mendicância e as subjetividades que são positivadas nessa condição. Foram entrevistados seis mendigos moradores de rua em três localidades da cidade de São Paulo: zona sul, centro e Av. Paulista. Após a transcrição literal das entrevistas, procedeu-se à análise do material, utilizando como referência metodológica a análise de discurso (a.d.), tal como proposta por Marlene Guirado. Apreendeu-se três tipos de subjetividade na mendicância, a partir dos lugares a que era remetido o entrevistador na situação de entrevista. A saber, um tipo que o incluía na cena discursiva, outro que o excluía dela e um último que não lhe atribuía lugar definido. Evidenciou-se, dentre outros, que a mendicância, apesar de estar prevista nas leis das contravenções penais brasileiras, constitui-se em uma prática legitimada pelas pessoas que a praticam e, apesar do paradoxo, é utilizada por elas como referencial de honestidade. Identificou-se também, no discurso dessas pessoas, uma série de vetores de resistência às limitações e dificuldades impostas pela condição de rua.