Textos narrativos e argumentativos : um estudo da compreensão textual de crianças, jovens e adultos nos anos iniciais do ensino fundamental

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: VIEIRA, Evani da Silva
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Psicologia Cognitiva
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33185
Resumo: A compreensão textual é um processo dinâmico, complexo e multifacetado que demanda habilidades cognitivas e linguísticas. Tal processo envolve três dimensões indissociáveis: a social, a cognitiva e a linguística. O presente estudo trata das inferências, elemento crucial para que haja a compreensão de textos, assim como das influências de tipos de textos diferentes na compreensão textual. Neste sentido, adota-se o modelo de Construção- Integração proposto por Kintsch no qual as inferências assumem um papel fundamental na compreensão de textos. Tal estudo trata-se de uma replicação da pesquisa realizada por Almeida (2014) que examinou as relações entre compreensão de texto e tipos de textos diferentes, tendo como sujeitos crianças de escolas particulares do 3º e 4º ano do ensino fundamental. Assim, o objetivo geral desta pesquisa é comparar o desempenho de crianças, jovens e adultos nos anos iniciais do ensino fundamental no que diz respeito às relações entre compreensão de texto e tipos de texto diferentes, neste caso um texto argumentativo e um texto narrativo. Especificamente, buscou-se examinar se o desempenho dos sujeitos, no que diz respeito à compreensão textual, varia em relação a tipos de textos com características distintas, como também se eles estabelecem inferências de diferentes tipos. As inferências consideradas nesta pesquisa foram as causais, de estado e de previsão. Participaram do estudo 50 crianças do 3º e 4º ano do ensino fundamental e 50 adultos da Educação de Jovens e Adultos (EJA) no módulo correspondente a série das crianças. Os sujeitos, todos da Rede Municipal de Ensino de Jaboatão dos Guararapes, foram entrevistados individualmente em duas sessões. A atividade envolvia a escuta de um texto argumentativo e de um texto narrativo; a examinadora optou por realizar a leitura a fim de respeitar possíveis limitações de decodificação dos participantes. Foi realizada uma leitura interrompida, em partes previamente definidas; tal procedimento é denominado de metodologia on-line. Em cada pausa na leitura eram realizadas perguntas inferenciais de diferentes tipos: causais, de estado e de previsão. Os dados obtidos foram analisados e categorizados por juízes independentes. As respostas dadas foram classificadas como: Categoria I (não responde); Categoria II (incoerente e / ou improvável); Categoria III (coerente e / ou provável, mas incompleta) e Categoria IV (coerente e / ou provável). Os resultados evidenciaram, assim como o estudo de Almeida (2014), que as relações inferenciais, sejam de causalidade, estado ou previsão, variam conforme o tipo de texto que esta sendo lido. No entanto, a pesquisa em questão apontou, considerando o resultado conjunto dos dois textos, que os adultos tendem a ter mais facilidades de estabelecer inferências de previsão, no texto argumentativo, quando comparado aos resultados das crianças. De modo geral, crianças, jovens e adultos demonstraram um melhor nível de compreensão do texto narrativo do que as crianças. Entretanto, os adultos estabelecem mais facilmente inferências de previsão no texto argumentativo do que as crianças e se saem melhor neste tipo de texto. O estudo traz informações relevantes acerca das relações entre compreensão de textos e tipos de textos tanto em crianças com escolaridade típica quanto em jovens e adultos com escolaridade tardia.