Avaliação do consumo alimentar de crianças eutróficas e com excesso de peso de 7 a 10 anos de idade do município de Vitória de Santo Antão/PE : correlação entre consumo de alimentos ultraprocessados, perfil de nutrientes e fatores de risco cardiometabólicos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2020
Autor(a) principal: RIBEIRO, Isabella da Costa
Orientador(a): LEANDRO, Carol Virgínia Góis
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/37850
Resumo: A prevalência mundial de excesso de peso entre crianças tem aumentado consideravelmente. Apesar da origem multifatorial, o consumo de alimentos ultraprocessados (AUP’s), caracterizados pela composição nutricional inadequada, assume papel relevante. Além disso, é possível que haja uma associação entre o consumo de AUP’s e o desenvolvimento precoce de desordens metabólicas. Neste sentido, o objetivo do presente estudo foi investigar a correlação do consumo de AUP’s, perfil de nutrientes e fatores de risco cardiometabólicos em crianças de 7 a 10 anos de idade do município de Vitória de Santo Antão. Estudo de corte transversal, realizado com 139 crianças de 7-10 anos de idade de ambos os sexos (77 meninas e 62 meninos), do município de Vitória de Santo Antão/PE no ano de 2019. Foram obtidos dados demográficos de idade e peso de nascimento. Também foram coletados dados antropométricos e de composição corporal, tais como peso, estatura, índice de massa corporal (IMC), circunferência da cintura (CC), medida de adiposidade subcutânea tricipital e subescapular, percentual de gordura corporal (%GC), massa gorda e magra. A glicemia de jejum, o colesterol total (CT), os triglicerídeos (TG), a lipoproteína de alta densidade (HDL) e a lipoproteína de baixa densidade (LDL) foram avaliados através da coleta de sangue capilar. O consumo alimentar foi avaliado a partir de três recordatórios de 24 h e os alimentos classificados quanto ao grau de processamento (in natura ou minimamente processados, processados e ultraprocessados). A mediana de idade da amostra foi de 8,58 e de peso ao nascer de 3330 g. Em relação ao estado nutricional, 49,7% apresentaram excesso de peso. O grupo de crianças com excesso de peso apresentou menor concentração plasmática de HDL e um aumento na glicemia e triglicerídeo quando comparadas às eutróficas. Mais da metade (54,0%) das crianças avalidas apresetaram percentual de gordura corporal elevado. A maioria apresentou glicemia de jejum normal (99,3%) e HDL baixo (61,5%). A média do valor energético total consumido pelas crianças foi de 1776,31. Os AUP’s representaram 43,43% das calorias totais consumidas pelas crianças. Os alimentos processados/ ingredientes culinários e in natura/ minimamente processados representaram 10,80% e 45,77%, respectivamente. Crianças com excesso de peso apresentaram maior consumo energético total e provenientes de AUP’s. Além disso, neste mesmo grupo, o consumo em gramas de carboidratos, gorduras totais, saturada e sódio foi maior se comparados com o grupo eutrofia. A contribuição calórica (%) dos AUP’s na dieta apresentou uma correlação positiva com os carboidratos e gorduras totais e negativa com proteínas e fibras. O consumo absoluto desses alimentos apresentou correlação positiva com dois dos fatores de risco cardiometabólicos avaliados, sendo estes a CC e o %GC. O consumo de AUP’s para o total de calorias da dieta refletiu em um pior perfil nutricional da dieta das crianças e foi correlacionada a CC e %GC. Um elevado percentual de crianças apresentou excesso de peso, nas quais observou-se maior consumo absoluto de AUP’s. Ressalta-se a necessidade urgente de políticas públicas que desestimulem o consumo desses alimentos.