Consumo alimentar e risco cardiometabólico em indivíduos em prevenção secundária: resultados do estudo DICA-Br

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Almeida, Alinne Paula de
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Viçosa
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://locus.ufv.br//handle/123456789/28119
Resumo: As doenças cardiovasculares representam a principal causa de morte no mundo. Para reduzir a incidência de eventos cardiovasculares em indivíduos da atenção secundária em cardiologia, a modificação do hábito alimentar para um padrão saudável é fundamental. O objetivo do presente trabalho foi avaliar associação da ingestão diária de carboidratos, proteínas e consumo de seus alimentos fontes com fatores de risco cardiometabólico e novos eventos cardiovasculares fatais e não fatais em indivíduos da atenção secundária em cardiologia. O presente estudo é uma análise secundária do Estudo DICA-Br e foi realizado com os dados do baseline até o período de 36 meses, incluindo aqueles participantes que apresentavam dados completos de consumo alimentar no período inicial e após 12 meses. Dados sociodemográficos, antropométricos, comportamentais, bioquímicos e clínicos foram coletados, bem como os recordatórios de 24 horas foram aplicados. Ademais, calculou-se o índice triglicerídeos-glicemia (índice TyG) para avaliação da resistência à insulina (RI). A ingestão diária de aminoácidos de cadeia ramificada (BCAA), aminoácidos cardioprotetores, o consumo dos grupos de alimentos fonte foram estimados e o índice glicêmico diário (IG), calculado. Como resultados, 2.247 participantes com mediana de idade de 63,0 (45 - 91) anos, dos quais 58,8% (n= 1.321) eram do sexo masculino, participam das análises transversais (baseline). Mediante análise de caminhos, o índice TyG mostrou associação negativa com a ingestão de leucina (p = 0,028). O IG foi positivamente associado ao índice de massa corporal (IMC) (p = 0,001). A ingestão de leucina teve efeito negativo e indireto no diabetes mellitus tipo 2 (DM2), mediado pelo índice TyG (p = 0,029), enquanto o IG teve efeito indireto positivo no DM2 mediado pelo IMC e o índice TyG (p = 0,002). Foram observadas associações negativas entre a ingestão de histidina e a pressão arterial sistólica (PAS) (p = 0,012) e entre o consumo de leguminosas e o IMC (p = 0,006). Ademais, o consumo de leguminosas teve efeito negativo e indireto na PAS, mediado pelo IMC (p = 0,011), bem como efeito negativo e indireto na pressão arterila diastólica, mediado simultaneamente pelo IMC e índice TyG (p = 0,037). Nas análises de dados, em delineamento prospectivo, dos 1.708 pacientes (57 – 70 anos de idade) que foram acompanhados por três anos, 200 casos (11,7%) apresentaram eventos cardiovasculares. Mediante os modelos de regressão de Cox, verificamos que os participantes com uma mudança (aumento) na ingestão de BCAA (HR = 0,47; IC de 95% = 0,28-0,82) e aminoácidos cardioprotetores (HR= 0,55; IC de 95% = 0,32-0,95) após 12 meses apresentaram uma incidência menor de eventos cardiovasculares. Verificamos o efeito indireto da ingestão de aminoácidos, do consumo de leguminosas e do IG com a presença de DM2 ou com a pressão arterial, mediado pela adiposidade e RI. Ademais, verificamos que a mudança na ingestão de aminoácidos estava associada a um menor risco de incidência de eventos cardiovasculares. Nossos resultados indicam a importância de um hábito alimentar saudável na prevenção de alterações cardiometabólicas e de eventos cardiovasculares. Palavras-chave: Doenças Cardiovasculares. Resistência à Insulina. Atenção Secundária à Saúde. Índice Glicêmico. Aminoácidos.