Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2024 |
Autor(a) principal: |
FRANÇA, Flávia Juliana Lobato de |
Orientador(a): |
SANTOS, Giovanni Amadeu Paiva dos |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Biologia Animal
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/55866
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Resumo: |
Os microplásticos (MP’s) representam uma ameaça atual e crescente nos ecossistemas marinhos. Sua capacidade de sedimentar no bentos marinho torna os organismos que ali vivem propensos a impactos direto desse estressor. Dentre os organismos bentônicos, a meiofauna se destaca por ser uma comunidade com diferentes grupos zoológicos com distintos grau de tolerância, além do curto ciclo de vida e contato íntimo com o substrato. Apesar dos estudos com MP’s e meiofauna vir aumentando desde a segunda década do ano 2000, ainda há muita lacuna quanto aos efeitos dos MP’s, principalmente porque a maioria dos estudos são monoespecíficos, avaliando geralmente a absorção do MP. Além desse fato, ainda se entende MP como uma partícula inerte, com baixo poder de toxicidade. Nesse contexto, este estudo está divido em três capítulos, cujo objetivos são: I) avaliar o que sabemos até o momento sobre MP e seus efeitos na meiofauna através de uma revisão de literatura II) investigar os efeitos do MP de curto prazo e III) comparar os efeitos de longo prazo do MP com os do Hidrocarboneto Policíclico Aromático (HPA) fenantreno, tendo em vista que ambos possuem a mesma base de origem. Para a revisão utilizamos como base de dados as plataformas da Web Of Science e Google Scholar, a busca foi realizada com auxílio de operadores booleanos ou Kit de busca até março de 2023. Os efeitos de curto prazo para MP e de longo prazo comparando MP e fenantreno foram realizados em microcosmos experimentais em laboratório com concentrações encontradas naturalmente no ambiente. Incluímos na revisão 132 estudos com MP e grupos individuais ou em comunidade da meiofauna, e conseguimos perceber que há uma tendência na utilização dos polímeros e morfotipos de MP testados, uma vez que poliestireno (PS) de morfotipo microesfera foram os mais investigados, em contrapartida, os dados apontam que polímeros mais densos que o PS são os mais danosos. Apesar de neste estudo usarmos o PS de 1μm de comprimento nos experimentos, vale pontuar que a maioria dos estudos foram avaliados monoespecificamente. Dessa forma, em um curto período de exposição, o MP diminuiu a densidade total da meiofauna, bem como os índices de diversidade. Porém, a menor concentração foi mais danosa do que a maior concentração testada. Além disso, todos os táxons avaliados foram capazes de ingerir MP, com exceção de Tardigrada. No experimento comparativo, o MP foi mais danoso do que o HPA fenantreno, com efeitos mais pronunciados com aumento da concentração e tempo de exposição. Portanto, os MP são danosos a meiofauna, tanto em período curto quanto prolongado, além disso, o MP pode ser tão danoso quanto ou até mais danoso do que compostos químicos, como o HPA fenantreno. E por fim, estudos em nível de comunidade e testando outros polímeros e morfotipos plástico são recomendados, tendo em vista a tendência observado nos estudos já publicados. |