Toxicidade do Acenafteno e Benzo(a)Pireno sobre comunidades de meiofauna sob cenários futuros de aquecimento e acidificação

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: Portugal, Marcella Christina Soares [UNIFESP]
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de São Paulo
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://hdl.handle.net/11600/63987
Resumo: As mudanças climáticas vêm sendo determinantes para a resiliência dos ecossistemas marinhos e, principalmente, costeiros. Devido ao enorme valor econômico e ecológico, as zonas costeiras são impactadas diretamente pelo aumento gradual das concentrações de CO2 antropogênico que resultam na alteração das temperaturas média, aquecendo o meio aquoso, da acidificação costeira. Ambientes costeiros também são afetados por outros fatores, como a contaminação costeira. Os Hidrocarbonetos Policíclicos Aromáticos (HPAs) são contaminantes que possuem alta biodisponibilidade no ambiente costeiro, devido a presença de sedimentos finos que acabam retendo maior teor de contaminantes. Esses habitats sedimentares possuem ampla diversidade de organismos, dentre eles, a meiofauna que possui uma grande abundância e desempenha diversas funções no sedimento. No presente estudo, a relação entre as mudanças climáticas e a toxicidade de HPAs no sedimento foi analisada. A meiofauna foi exposta usando microcosmos controlados em laboratório de acordo com os seguintes tratamentos: concentração de HPAs (HPA) (Acenafteno e Benzo(a)pireno), controle negativo (C) e controle acetona (CA), em ambientes aquecidos (26ºC e 27ºC) e acidificados (pH 8.1 e 7.6), durante 14 dias. A meiofauna foi caracterizada segundo a sua densidade. Os dados foram analisados através da PERMANOVA unifatorial, a fim de observar interações entre temperatura, pH e contaminação. A temperatura causou um aumento da abundância aos gêneros de Nematoda, Sphaerotheristus e Sabatieria e uma diminuição na abundância dos gêneros Pseudochromadora e Daptonema e nos taxa Copepoda e “náuplios”. A acidificação teve efeito de inibição da expressão do aumento na abundância à temperatura no caso dos Nematoda e de diminuição das abundâncias populacionais para Copepoda e “náuplios”. Já Ostracoda mostrou um aumento na abundância quando exposto ao cenário de acidificação. A contaminação por Acenafteno e Benzo(a)pireno provocou aumento na abundância de “Turbellaria” e diversos gêneros de Nematoda, como Pseudochromadora. Daptonema foi o único que apresentou diminuição na abundância contaminação. Foi possível observar e sugerir que as mudanças induzidas pela acidificação, aquecimento e contaminação nas comunidades bentônicas serão impulsionadas pela vulnerabilidade e limites de tolerância de cada indivíduo e entre os diferentes grupos taxonômicos, além de efeitos indiretos que ocorrem nas assembleias de Nematoda.