Revisão textual : comparando-se crianças e adultos em processo de alfabetização

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2012
Autor(a) principal: Lima, Ilka Dayanne Medrado
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/11242
Resumo: As sociedades modernas e industrializadas que estão inseridas em um sistema de códigos e expõem seus membros a práticas sociais envolvendo o uso da linguagem escrita requerem desses indivíduos níveis de competência linguística cada vez mais complexos, sobretudo no que tange à capacidade de produção de textos escritos. Um dos processos envolvidos nessa produção é a revisão textual que segundo Fitzgerald (1987) consiste no fazer qualquer alteração a qualquer momento do processo de escrita em uma ação que compreende a identificação de diferenças entre o texto pretendido e o texto produzido, a decisão sobre o que deve ou não ser alterado no texto e como realizar as alterações desejadas. Estudos sobre o tema buscam investigar diversos aspectos da revisão de textos, tais como as ações e estratégias de revisão realizadas, a familiaridade com o texto, o papel do interlocutor, dentre outros. Nesse cenário, há uma instância do sistema educacional que merece uma maior atenção: a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Assim, propôs-se uma pesquisa sobre revisão textual em que houve a comparação de aspectos do desenvolvimento da escrita em crianças e em jovens e adultos, onde foi examinado em que diferem e em que se assemelham esses dois grupos quanto à forma como revisam textos. Os aspectos da revisão de textos que foram abordados nesse estudo são os tipos de ações de revisão utilizados, a justificativa para o uso dessas ações, a revisão de textos familiares. Desse modo, os objetivos foram: investigar o papel da escolaridade e da idade na revisão textual e investigar se a modalidade EJA tem agido em prol do desenvolvimento da capacidade de revisão textual que é aspecto importante na produção escrita de textos. Participaram da pesquisa 90 estudantes de baixa renda, de ambos os sexos, devidamente matriculados na rede pública de ensino, divididos em três grupos: 30 estudantes do 3º ano do ensino fundamental, com idades entre 8 e 10 anos; 30 estudantes da 1ª fase da EJA, com idades entre 20 e 29 anos; e 30 estudantes da 4ª fase desta mesma modalidade de ensino, com idades variando entre 20 e 29 anos. No estudo houve duas sessões, a saber: a reprodução de um texto e a revisão do próprio texto. Assim, foram abordados os seguintes aspectos na tarefa: como o participante revisa seu próprio texto, quais as alterações realizadas, as ações de revisão que realiza, a natureza dessas alterações e as razões que nortearam as alterações realizadas. Resultados apontam que as crianças do Grupo 1 realizam mais substituições de natureza ortográfica que incidem sobre a unidade linguística palavra. Os adultos do Grupo 2, por sua vez, se comparados ao Grupo 1, realizam mais substituições de natureza ortográfica (apresentando também um aumento significativo nas substituições de natureza semântica) que incidem sobre a unidade linguística palavra. Já os adultos do Grupo 3, em comparação ao Grupo 2, apresentam também muitas substituições de natureza semântica que incidem sobre a palavra, apresentando uma tendência na diminuição de revisões de caráter ortográfico e aumento das de caráter semântico. Partindo dessas comparações conclui-se que a diferença entre os Grupos 1 e 2 se deve a outros fatores que não o tempo de escolarização, principalmente no que tange ao surgimento de variação quanto ao tipo de natureza da alteração empreendida pelos adultos. No que se refere aos Grupos 2 e 3, a escolarização age como fator importante pelo fato de propiciar o aprimoramento da habilidade de revisar textos, o que condiz com revisões mais sofisticadas.