O estudo de práticas de alfabetização face à heterogeneidade de conhecimentos sobre a escrita alfabética nos anos iniciais do ensino fundamental no Brasil e na França : relação entre práticas de ensino e progressão das aprendizagens dos alunos

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: SILVA, Nayanne Nayara Torres da
Orientador(a): ALBUQUERQUE, Eliana Borges Correia de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/35746
Resumo: O presente estudo buscou analisar a relação entre as práticas de alfabetização no que se refere ao tratamento da heterogeneidade de conhecimentos sobre a escrita alfabética em turmas das séries iniciais do Ensino Fundamental de Recife e Lyon, e a progressão das aprendizagens dos alunos. Para isso, foram consideradas as contribuições teóricas de diferentes autores para tratar das práticas de alfabetização e a heterogeneidade de conhecimentos dos aprendizes, da proposta do ciclo básico de alfabetização e das proposições oficiais para os eixos da Língua Portuguesa e Francesa, destinadas aos três anos iniciais do Ensino Fundamental e dos saberes docentes. Em termos metodológicos, recorremos à abordagem qualitativa, mas sem desconsiderar os aspectos quantitativos, tendo como campos empíricos duas escolas, uma situada no município de Recife, Brasil, e a outra na cidade de Lyon, França, assim como quatro professoras, sendo três da escola brasileira (1º, 2º e 3º anos) e uma da instituição francesa (CP), e seus respectivos alunos. Quanto aos procedimentos, foram realizadas observações das práticas docentes (15 dias de aula em cada turma da escola de Recife e 5 dias na turma de Lyon), entrevistas semiestruturadas, diagnoses de escrita de palavras e textos com os alunos brasileiros e análise do caderno de atividades dos aprendizes franceses. O tratamento das informações foi respaldado na análise de conteúdo temática categorial e, entre os resultados, identificamos a mobilização de esquemas profissionais, posturas, gestos didáticos e profissionais que buscavam atender à heterogeneidade de conhecimentos sobre a escrita alfabética dos alunos. No caso de P1, que desenvolvia ações mais voltadas para o coletivo da sala, o atendimento à heterogeneidade era realizado nessas situações coletivas. Nessa direção, os esquemas profissionais careciam de ajustes, uma vez que a maioria dos alunos do 1º ano concluiu o ano letivo sem consolidar as relações grafofônicas e com dificuldades para produzir textos. Com relação às práticas de P2, P3 e PF, os esquemas pareciam ser mobilizados de forma mais consciente, buscando atender aos diferentes conhecimentos de leitura e escrita da classe. Isso contribuiu para que as turmas avançassem em suas aprendizagens de escrita. A classe de P2, que, no início do ano, apresentava crianças com todas as hipóteses do sistema de notação alfabética e dificuldades em contemplar, nas produções de texto, a maioria das categorias elencadas, terminou o ano com evoluções nos níveis de escrita e em grande parte destas categorias, persistindo algumas dificuldades em relação à adequação, coesão e estruturação. As classes de P3 e PF, em que a heterogeneidade no início do ano se concentrava mais entre as hipóteses alfabéticas, também evidenciaram progressões. Na produção de texto dos alunos do terceiro ano, um grande número de aprendizes atendeu plenamente à maioria das categorias elencadas já na diagnose inicial, havendo certa dificuldade em relação à coesão, estruturação dos períodos do texto e uso da escrita com correção ortográfica, que ao final do ano persistiram, apesar de em menor número, entre alguns alunos.