Restrição energética e/ou restrição temporal do alimento sobre as condições fisio-metabólicas e qualidade de vida em mulheres climatéricas com excesso de peso : um ensaio clínico randomizado

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2023
Autor(a) principal: ARAÚJO, Nathália Cavalcanti de Morais
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso embargado
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
UFPE
Brasil
Programa de Pos Graduacao em Nutricao
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/49715
Resumo: As alterações fisiológicas inerentes ao climatério podem desencadear ou agravar quadros de sobrepeso/obesidade, dentre diversas outras disfunções na saúde. A restrição energética (RE) é, inequivocadamente, o pilar do emagrecimento. Porém, além da quantidade, o ajuste do ritmo biológico (circadiano) aos horários de alimentação tem se destacado nos desfechos de saúde, e despontado como estratégia no controle de alterações fisiológicas, metabólicas e comportamentais dos sistemas orgânicos. Dentre as estratégias, destaca-se a Restrição Temporal do Alimento (RTA) que consiste em determinar janelas temporais de jejum/alimentação. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar as repercussões da RTA (12h de jejum noturno) e/ou restrição energética na saúde de mulheres climatéricas com obesidade. A partir de um ensaio clínico randomizado cego, 57 mulheres adultas climatéricas com obesidade foram divididas em 2 grupos: Grupo Restrição Energética (RE)(n=30) e Grupo com RE e RTA (RERTA)(n=27) (alimentação de 7 às 19h), diariamente, durante 10 semanas. A mudança de peso e composição corporal basal foi utilizada na avaliação do desfecho primário entre os grupos; como desfechos secundários, parâmetros bioquímicos, sintomatologia do climatério e qualidade de vida (QV) foram avaliados intra e intergrupo. A análise dos dados intragrupo foi realizada através do teste “t” de Student pareado ou Wilcoxon com análise de homogeneidade de Levene e teste não pareado para avaliações intergrupo. As comparações das variáveis categóricas foram analisadas através do teste Qui-Quadrado de Pearson. Considerou- se nível de significância o p<0,05 para todos os casos. Como desfechos primários, houve perda de peso do grupo RE – 5,56% (p<0,001) e de RERTA – 6,13% (p<0,001), mudanças na composição corporal (diminuição percentual (%) de gordura corporal: RE – 10,29% vs RERTA – 11,93% (p<0,001), redução da gordura abdominal (perda % de circunferência de cintura (CC) (cm): RE - 12,13% vs RERTA – 12,18% (p<0,001), porém sem diferença entre os grupos (RE x RERTA) (peso: p=0,22; % de gordura: p=0,28; CC: p=0,83). A consistência de resultados se refletiu nos desfechos secundários: no grupo RERTA houve diminuição % da hemoglobina glicada de 5,16% (p<0,001), glicemia média estimada (mg/dL) de 7,29% (p<0,001) e do índice de aterogenicidade plasmática 21,62% (p=0,02), porém não houve mudança significativa nesses parâmetros na análise intragrupo do RE. Destaca-se também a normalização do colesterol total (segundo recomendação da literatura) do RERTA. Houve mudança nos escores de QV em ambos os grupos (melhora % da QV: RE – 20,4% (p<0,001) e RERTA – 23,52% (p<0,001)), porém sem diferença no resultado entre os grupos (RE x RERTA) (p=0,98). Desta forma, conclui-se que a RTA (alimentação das 7 às 19h) associada a RE não teve efeitos superiores na melhora dos desfechos primários. Porém, a RTA + RE impactou positivamente no metabolismo glicídico e lipídico, repercutindo em menor risco cardiovascular.