Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Nathalia Cavalcanti da |
Orientador(a): |
SILVA, Adriana Maria Paulo da |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/18374
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Resumo: |
Esta pesquisa propõe uma análise das cartas enviadas pelas pessoas vinculadas à educação formal ao interventor federal Agamenon Magalhães durante os anos de 1937 a 1939, início do Estado Novo em Pernambuco. A partir de um vasto conjunto documental encontrado no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano (APEJE), realizamos a foto digitalização e catalogação das fontes, de onde obtivemos dados gerais do conjunto e os perfis dos missivistas. Verificamos que uma grande parte se tratava de correspondências enviadas por pessoas comuns, dessas, elencamos algumas enviadas por trabalhadores para analisar os caminhos percorridos por estes ao dialogarem com o governador. Para a Interventoria Agamenosiana, a educação foi elemento fundamental para o regime lançar seus objetivos propagandísticos e, assim, tentar cooptar as mentes da população. Essa perspectiva não passou despercebida e foi aproveitada pelas pessoas que escreveram para narrar seus casos, pedindo, reclamando ou denunciando as questões do mundo educacional. Por meio dessas narrativas, criamos categorias temáticas para os conjuntos de cartas de remetentes do setor educacional que apresentavam em comum demandas, profissões ou pertenciam a uma mesma instituição, são elas: dos funcionários dos centros de ensino secundário Ginásio Pernambucano e Ginásio de Vitória; os requerimentos de Inspeção Preliminar; dos professores e professoras (atuantes no ensino público e privado); dos pais de alunos; e duas cartas enviadas por um Delegado de ensino e o diretor da Escola Profissional Masculina que trouxeram demandas trabalhistas, mas não se encaixam nas categorias anteriores. Nos ancoramos na consagrada historiografia do Estado Novo, na historiografia que advoga ter havido no Brasil a “invenção do trabalhismo”, em várias teses e dissertações relacionadas à história da educação em Pernambuco, e outras que utilizaram cartas como fontes primárias para a realização de pesquisas sobre o período estudado. Concluímos, em concordância com várias pesquisas, que os missivistas em Pernambuco, durante o período estudado, possuíam demandas próprias (não eram, de maneira nenhuma “manobrados” ou submissos ao interventor) e utilizaram as cartas como uma tática para denunciar e superar vários dos seus problemas cotidianos, como as difíceis condições de trabalho, baixos salários, a falta de fiscalização das leis trabalhistas, “desvios” práticos de determinações oficiais, e encaminhamentos com Como uma particularidade das comunicações por cartas entre a população e a Interventoria, encontramos um exemplo irreverente de solicitação dos trabalhadores, característico da historicidade de Pernambuco e relacionado ao Carnaval. Logo, além das lutas, as cartas dos trabalhadores também trataram das suas expectativas de festejos e amenidades com relação a uma das Interventorias da ditadura recém instaurado no país. |