“Eu fui feliz lá no Bodocongó” : significados de violência e medo entre os moradores de um bairro popular em Campina Grande-PB

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: DE MARIA, Gláucia Santos
Orientador(a): SCHRÖDER, Peter
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Antropologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/28417
Resumo: Esta dissertação tem por objetivo discutir os significados de violência e medo produzidos pelos moradores do bairro de Bodocongó, localizado na cidade de Campina Grande-PB. Nesse sentido, partimos do pressuposto de que o medo da violência modificou as rotinas dos bodocongoenses, na medida em que ao longo do tempo tem interferido na forma como praticam os diferentes espaços do bairro, bem como tal percepção tem contribuído para a emergência de novas sociabilidades. Assim, essas narrativas do medo e da violência funcionam enquanto uma linguagem que orienta as ações dos indivíduos no bairro onde moram, a partir de comparações entre um passado visto enquanto “pacato” e um presente percebido enquanto “inseguro”. Além disso, as categorias “perigoso”, “esquisito”, “carregado” orientam a forma como praticam certos espaços e evitam outros. Ao mesmo tempo, esses moradores utilizam estratégias para se proteger, desde a forma como se comportam, até a materialização do medo presente na arquitetura das casas e comércios no bairro. A metodologia empregada foi de caráter qualitativo, a partir da observação participante, debruçada sobre a produção etnográfica e, ao mesmo tempo autoetnográfica em virtude do papel enquanto ex moradora do local. Além disso, foi feito o registro fotográfico do local através de captura de imagens; entrevistas-narrativas e semiestruturadas com os moradores; a construção de mapas cognitivos com os deslocamentos dos moradores, e a coleta de dados socioeconômicos a partir de fontes locais. Por fim, os significados de violência e medo estavam relacionados à vitimização de crimes violentos (assaltos, arrombamentos de casa, etc.), e, por outro lado tinha uma estreita relação entre os relatos de terceiros de enquanto alvos dessas práticas, relatos esses que chamo aqui de “ouvir falar”.