Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2017 |
Autor(a) principal: |
Ribeiro, Patrícia Brito |
Orientador(a): |
Bastos, Ana Cecília de Sousa Bittencourt |
Banca de defesa: |
Urpia, Ana Maria de Oliveira,
Dazzani, Maria Virgínia Machado |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de pós-graduação em Psicologia
|
Departamento: |
Não Informado pela instituição
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufba.br/ri/handle/ri/24060
|
Resumo: |
A violência obstétrica é uma forma de violência de gênero, entendida como ações realizadas pelos profissionais de saúde, sejam elas físicas ou verbais, que anulam a autonomia da mulher nas decisões sobre o seu corpo e seu processo reprodutivo, através de uma assistência desumanizadora, do abuso da medicalização e da patologização dos processos naturais. No contexto de uma atenção obstétrica marcada por atos de violência, cabe uma reflexão sobre as emoções e as particularidades de cada vítima. A partir da perspectiva semiótica da Psicologia Cultural este estudo tem como objetivo geral compreender como as mulheres que vivenciaram a violência obstétrica constroem os significados da maternidade. Trata-se de um estudo de caráter qualitativo e exploratório, que utilizou como delineamento o estudo de casos múltiplos. Participaram do estudo quatro mulheres com idades de 28 a 34 anos, escolaridade da alfabetização ao ensino superior incompleto. Residentes e naturais da cidade do Salvador, três das participantes vivenciaram a experiência do parto em instituições públicas de Salvador e apenas uma participante experienciou o parto em uma instituição pública na cidade de São Paulo. Os instrumentos utilizados na pesquisa foram uma ficha de dados sociodemográficos e uma entrevista narrativa sobre violência obstétrica. Os dados foram analisados na perspectiva categorial baseada em conteúdo. Os resultados mostraram narrativas contrastantes e foram apresentados em duas subseções: (a) narrativas marcadas pela presença do discurso de violência obstétrica e (b) narrativas marcadas pela ausência do discurso de violência obstétrica. Os resultados, de modo geral, mostraram que todas as participantes foram afetadas pela violência obstétrica. Apesar de terem vivenciado a experiência de violência obstétrica de formas distintas, todas as participantes utilizaram o apoio familiar e a crença religiosa para lidar com a experiência do parto. Em relação as condições de emergência semiótica, os resultados sugerem que a tensão e a ambivalência parecem não ser constantes, pressupõe-se que flutuam entre período de baixa, média e alta tensão e ambivalência. A experiência da violência obstétrica contribuiu para emergência de novos significados da maternidade como força e plenitude. |