Bivaltes endofaunais do manguezal do rio Formoso, Pernambuco (Brasil): composição, relações com fatores abióticos e seu papel como recurso pesqueiro para comunidade de pescadores

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Sônia da Silva, Goretti
Orientador(a): de Lima Silva Mello, Rosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/8684
Resumo: No estuário do Rio Formoso que está localizado no Estado de Pernambuco (8o39´45´´ latitude sul e 35o09´15´´ longitude oeste), foram feitas coletas no período de janeiro de 1999 a dezembro de 2000, em quatro estações fixas durante as baixa-mares ao longo do manguezal, visando avaliar a distribuição dos bivalves endofaunais e correlacionar com alguns parâmetros abióticos (temperatura ambiental, salinidade da água intersticial e granulometria de sedimento). Os dados climatológicos foram cedidos pelo Instituto de Meteorologia (INMET). Amostras de água intersticial do manguezal e sedimento foram coletadas em cada estação e levadas ao Laboratório de Química da Empresa Pernambucana Agropecuária, para a análise. Paralelamente, em cada estação foram coletadas amostras de sedimento, utilizando-se um delimitador de alumínio com 50 cm de lado, lavadas em água no próprio local de coleta e passadas por peneiras de 2,0 a 1,0 mm de abertura de malha com intuito de separar representantes de moluscos da endofauna. Posteriormente os moluscos foram triados e levados ao laboratório da Universidade Católica de Pernambuco para a identificação taxonômica. Foram levantados dados sócio-econômicos aplicando-se questionários de entrevista com a comunidade pesqueira para traçar perfil dos pescadores da região. A temperatura ambiental mensal variou entre 25,7 o C, no mês de fevereiro a 23 o C, no mês de agosto/1999. No ano 2000 a temperatura variou de 24 o C nos meses de julho e agosto a 26,5 o C em janeiro, fevereiro e dezembro A precipitação pluviométrica no ano de 1999 variou de 5,0 mm, nos meses de fevereiro e novembro a 310mm, no mês de maio. No ano de 2000 a precipitação variou de 640 mm, no mês de julho a 9 mm, no mês de novembro. Os valores de salinidade da água intersticial, no ano de 1999, variaram de 2,0 , no mês de janeiro a 30,0 , nos mês de outubro; no ano de 2000, variou de 2,3 , no mês de julho a 27,5 , no mês de novembro. Os valores de temperatura da água intersticial, no ano de 1999, variaram de 24 oC, no mês de maio a 35oC, no mês de novembro; no ano de 2000, variou de 22oC, no mês de maio a 29oC, no mês de dezembro.Através das análises de variações granulométricas do sedimento, constatou-se que, houve predominância da fração areia grossa em todas as estações estudadas, embora em algumas estações, tenha havido um aumento nos teores de silte, indicando uma oscilação na classe textual de arenoso para siltoso. As espécies da endomalacofauna bivalvia que apresentaram maior abundância foram Tagelus plebeius, Mytella falcata, Lucina pectinata, nas estações estudadas no ano de 1999; enquanto que no ano 2000 sobressaiu nesse sentido, a espécie Lucina pectinata. Espécie de maior freqüência no ano de 1999 foi Tagelus plebeius e no ano de 2000, a Lucina pectinata. As densidades (Ind./10m2) dos moluscos bivalvia da endofauna no manguezal do rio Formoso, variaram de 3.420 Ind./10m2,no mês de maio a 9.500 Ind./10m2,no mês de novembro para o ano de 1999 e, no ano 2000, variaram de 4.370 Ind./10m2, no mês de julho a 10.350 Ind./10m2, no mês de novembro. A comunidade pesqueira vive da pesca artesanal rudimentar, em função de suas condições sócioeconômicas, cuja renda familiar é menor que um salário mínimo. O manguezal de rio Formoso vem passando por intensa ação antrópica, devido a uma sucessão de fatores impactantes (desmatamento,aterros,lixo,esgoto doméstico,industrial e hospitalar),o que poderá ser causa de redução, no futuro, de moluscos da endofauna