Representações sociais da profissão docente : um estudo com professores que vivenciam o bem-estar docente
Ano de defesa: | 2020 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Educacao |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/40251 |
Resumo: | Esta pesquisa tem como objetivo geral identificar professores na condição de bem-estar docente na escola básica pública para analisar as representações sociais da profissão docente construídas por esses profissionais. Três categorias teóricas são abordadas no estudo: Bem-estar, Profissão docente e Representações Sociais. No que se refere ao bem-estar docente, adotamos a perspectiva subjetiva de Zacharias (2012), compreendida como uma avaliação pessoal positiva da vida e da docência, com base em critérios cognitivos e afetivos. A profissão docente, segundo Roldão (2007), tem como especificidade o ensinar, é uma profissão de vínculos e envolve os saberes disciplinares e pedagógicos. Representações sociais são saberes do senso comum, construídos nas interações sociais. Tais saberes são explicativos da realidade e orientam os comportamentos das pessoas. Há diferentes abordagens investigativas em representações sociais, no âmbito desta pesquisa adotamos a abordagem societal. Conforme Doise (2002), representações são princípios geradores das tomadas de posição, ligados às inserções sociais específicas dos sujeitos nos grupos. Trata-se de um estudo qualitativo, desenvolvido em três etapas. Na primeira, utilizando um questionário misto, respondido por 168 professores de educação básica da Rede Pública de Recife, localizamos 37 docentes em possível condição de bem-estar docente. Na segunda etapa, entrevistamos um subgrupo de 08 (oito) professores (participantes da primeira etapa) em condição de bem-estar para identificar suas representações sociais da profissão docente. Os resultados revelaram que ser professor é um processo de mediação resultante da interação professor/aluno/conhecimento. Outro elemento de centralidade nessas representações é ser agente de transformação. Conforme os entrevistados, o professor pode promover a transformação social. Identificamos mais consensos do que variações nessas representações sociais. Dentre os consensos, indicamos: ser mediador e perspectivas de permanência na profissão; quanto à escolha pela docência, referiram-se à identificação e influência familiar. Os participantes compartilham o sentimento de satisfação profissional, relacionando-o ao retorno e à valorização do docente por parte dos alunos. Como principais variações das representações sociais da profissão docente do grupo investigado, destacamos: a profissão como desafiadora, passível de resiliência e a possibilidade de deixar o magistério da educação básica e seguir carreira acadêmica. Na terceira etapa da pesquisa, por meio da observação participante, caracterizamos as práticas de quatro professores na condição de bem-estar, o que nos possibilitou conferir as ancoragens de suas representações, ou seja, o processo de regulação entre o objeto representado (a profissão docente) e os comportamentos e atitudes (práticas) destes docentes. Constatamos que os professores investigados vivenciam o bem-estar docente, pois, apesar das adversidades enfrentadas nas escolas públicas, reconhecem o valor social da profissão, cultivam relações saudáveis com seus alunos e pares e desejam prosseguir no exercício do magistério. Entendemos que para manter estes profissionais na condição de bem-estar docente, medidas de intervenção devem ser tomadas por parte dos órgãos gestores da educação. Tais medidas estão relacionadas à carreira, formação continuada e à melhoria das condições de trabalho nas escolas. Essas ações fortalecem as práticas e posturas dos profissionais investigados e podem vir a incentivar outros professores a terem um olhar mais positivo para a profissão. |