Avaliação da atividade radioprotetora de flavonóide isolado de Conocarpus erectus Linneus (Combretaceae) em linfócitos humanos irradiados in vitro

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: LACERDA, Cibelle Correia Cavalcante
Orientador(a): VIEIRA, Jeymesson Raphael Cardoso
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Ciencias da Saude
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/31318
Resumo: Plantas do manguezal possuem importantes substâncias bioativas, que apresentam efeito radioprotetor. Uma importante espécie é o Conocarpus erectus L. (Combretaceae) apresenta em sua composição, flavonoides, um grupo de metabólitos secundários da classe dos polifenóis que possuem propriedades antioxidantes. Até o final do século XIX, a ação desses compostos era vista como irrelevante, pois os danos da radiação não eram bem conhecidos. As radiações ionizantes interagem com a célula podendo causar danos ao DNA, originando alterações que podem levar até a sua morte. A radioatividade e as radiações ionizantes fazem parte do meio ambiente, no entanto, não são percebidas naturalmente pelos órgãos dos sentidos do ser humano, diferindo-se da luz visível e do calor. Este estudo isolou o flavonoide majoritário do extrato aquoso de folhas de C. erectus (EAFCe), e investigou sua atividade citotóxica e explorou a possível ação radioprotetora em linfócitos humanos expostos à radiação gama. Inicialmente, a coleta do material vegetal foi realizada no manguezal do município de Itamaracá/PE (distrito de Vila Velha). O EAFCe foi preparado por infusão em água destilada (40º C por 30 min), liofilizado e armazenado em temperatura ambiente. A análise fitoquímica do EAFCe foi realizada por Cromatografia Líquida de Alta Eficiência (CLAE). Na purificação e isolamento do flavonoide do EAFCe foi utilizada a CLAE preparativa, com detecção por luz ultra violeta (UV) e espectometria de massa. Para avaliação da citotoxicidade e análise de micronúcleo, células mononucleares de sangue periférico humano foram obtidas a partir de 4 mL de sangue de 4 voluntários e associadas a flavonoide isolado do EAFCe, em concentrações de 1, 10, 50 e 100 μg/mL, pelo teste do MTT (3-(4,5-dimetiltiazol-2yl)-2,5-difenil brometo de tetrazolina). O potencial efeito radioprotetor do flavonoide isolado de EAFCe, em concentrações de 1 e 0,5 μg/mL, foi determinado através da análise microscópica de linfócitos humanos (in vitro) expostos à radiação gama com dose de 3 gray (Gy) proveniente de um fonte de cobalto-60 (Gammacell 220 Excel) de alta taxa de dose (2,181 kGy/h). Foram contabilizados micronúcleos no total de 300 células para cada grupo (irradiado e controle). A análise estatística do efeito radioprotetor foi realizada através do teste estatístico do Qui-quadrado de Pearson com valor de ≤0,05. A pesquisa fitoquímica do EAFCe mostrou a presença de flavonoides. Na análise da citotoxicidade, 98% dos linfócitos humanos nao apresentaram morte celular após o tratamento com o flavonoide isolado do EAFCe, mostrando resultado estatístico significativo na concentração ideal de 1μg/mL. A ocorrência de flavonoides em plantas é difundido através das análises de ressonância magnética e 13C. Neste trabalho, os estudos de RMN de vários sinais são relatados pela atribuição completa de próton e carbono, por uma análise espectral detalhada. Os resultados referentes ao potencial efeito radioprotetor mostraram que a presença de micronúcleos em linfócitos irradiados e não irradiados, tratados com o flavonoide isolado de EAFCe na concentração de 1,0 μg/mL ( ≤0,05), foram de 5,7% e 2,7%, respectivamente, sendo estes percentuais quando comparados aos demais grupos (controle, doxorribicina e demais concentrações do composto). A partir dos resultados desta pesquisa, o flavonoide isolado do extrato aquoso de Conocarpus erectus L. (Combretaceae), na concentração de 1,0 μg/mL, demonstra potencial como um radioprotetor natural, não demonstrando toxicidade celular, podendo vir a ser utilizado nas áreas médica e farmacêutica.