Avaliação da atividade antiúlcera e segurança de uso de Passiflora setacea D.C (Passifloraceae) e Passiflora tenuifila Killip (Passifloraceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2015
Autor(a) principal: Vetore Neto, Alberto
Orientador(a): Não Informado pela instituição
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Biblioteca Digitais de Teses e Dissertações da USP
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/9/9138/tde-12062015-154443/
Resumo: Diversas espécies de Passifloras já foram estudadas visando as atividades ansiolítica, anti-inflamatória e cicatrizante com ênfase para P. alata Curtis e P. edulis Sims. Entretanto, não se encontraram estudos farmacológicos envolvendo P. setacea D.C e P. tenuifila Killip; os estudos referentes a estas duas espécies restringem-se ao campo agronômico e fitoquímico. No presente trabalho foram estudadas a eficácia e segurança destas duas espécies de Passiflora, provenientes do Cerrado. Avaliou-se a atividade antiúlcera aguda, utilizando o modelo de indução por etanol acidificado. P. setacea apresentou áreas relativas de lesão de 11,64%, 2,39%**, 0,43%**, respectivamente, para as doses de 100 mg/kg, 200 mg/kg, 400 mg/kg e P. tenuifila, de 16,44%, 12,42%, 10,84 , para as doses de 100 mg/kg, 200 mg/kg, 400 mg/kg (** p≤0,01 em relação ao controle negativo, ANOVA seguida de Tukey). Como P. setacea foi a espécie que apresentou melhores resultados no ensaio antiúlcera agudo, ela foi eleita para dar continuidade aos demais ensaios. O teor de flavonoides presentes no extrato bruto de P. setacea foi de 3,10 mg por g de extrato, através da metodologia do AlCl3. A quantificação de compostos polifenólicos totais presentes no extrato de P. setacea foi realizada utilizando o método do reagente de Folin-Dennis e obteve-se 27,05 mg de compostos polifenólicos por grama de extrato. Avaliou-se a atividade antioxidante do extrato bruto de P.setacea pelo método do DPPH radical, utilizando Trolox® como substância de referência, obteve-se 11,65 µmol de Trolox® por grama de extrato. Determinou-se o perfil cromatográfico do extrato de P. setacea, através de cromatografia líquida de alta eficiência. O cromatograma apontou a presença de compostos flavonoídicos. Avaliou-se potencial mutagênico do extrato bruto de P. setacea segundo o teste de Ames, e não se observaram-se sinais de mutagenicidade. A atividade anti Helicobacter pylori foi avaliada em modelo in vitro e obteve-se concentração inibitória mínima de 250 µg/mL. A toxicidade do extrato de P. setacea também foi avaliada, através de ensaios agudo e sub-agudo. No ensaio agudo utilizou-se o modelo de administração de dose única de 2000mg/kg por animal e observação por 14 dias de sinais e sintomas que indicassem uma possível intoxicação, durante e ao final do experimento. Ao se necropsiar os animais, não se notou nenhum sinal que apontasse para toxicidade nos animais. No ensaio de toxicidade subaguda, utilizou-se o modelo de administração reiterada do extrato de P. setacea aos animais por 28 dias em três doses (1200, 800 e 400mg/kg) e um grupo controle (água). Durante o experimento não se observou nenhum indício de intoxicação nos animais. Ao final do experimento houve coleta de sangue e posterior necropsia para coleta de órgãos. Nas análises hematológicas e bioquímicas, não se observou diferença significativa entre os grupos que receberam extrato e o grupo controle. Em relação aos órgãos coletados, macroscopicamente não se observou diferença entre os grupos tratados e controle. Conclui-se que P. setacea apresenta atividade antiúlcera bastante promissora em ratos, atividade antioxidante, que pode ser devida à presença de flavonoides e compostos polifenólicos. Apresenta atividade anti H. pylori in vitro e não apresenta toxicidade, nem potencial de mutagenicidade in vitro.