Investigação do potencial antioxidante, imunomodulatório e toxicológico de fração rica em compostos fenólicos e de lignina e pectina isoladas de Conocarpus erectus L. (Combretaceae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: SANTOS, Dayane Kelly Dias do Nascimento
Orientador(a): NAPOLEÃO, Thiago Henrique
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Bioquimica e Fisiologia
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/41819
Resumo: Conocarpus erectus é uma planta de mangue amplamente distribuída no mundo, utilizada pela população para fins terapêuticos. Alguns estudos utilizando folhas de C. erectus em diferentes formulações (chá, infusão, macerado) relatam potencial antioxidante e imunomodulador. No presente trabalho, frações enriquecidas em compostos fenólicos e lignina e pectina isoladas de folhas de C. erectus foram avaliadas quanto às atividades antioxidante e imunomoduladora. Frações ricas em compostos fenólicos foram obtidas a partir do extrato aquoso das folhas e caracterizadas quimicamente por cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e métodos colorimétricos. A lignina e a pectina foram caracterizadas por espectroscopia no infravermelho (FITR) e ressonância magnética nuclear de prótons (1H RMN); ainda, a lignina também foi caracterizada pela determinação da análise espectroeletrônica na região ultravioleta e a pectina avaliada quanto ao peso molecular e à estabilidade térmica. A atividade antioxidante foi avaliada pelos métodos de varredura dos radicais DPPH e ABTS, atividade antioxidante total e inibição da peroxidação lipídica. Os efeitos imunomoduladores da lignina e pectina foram investigados em células mononucleares do sangue periférico humano (PBMCs) através de ensaios de viabilidade e proliferação celular, avaliação de estresse oxidativo, imunofenotipagem e quantificação da liberação de citocinas e NO. Já a ação imunomoduladora das frações foi avaliada em esplenócitos de camundongo. As frações apresentaram principalmente flavonoides em sua composição e atividade antioxidante foi semelhante ou maior que a dos padrões antioxidantes sintético (BHT) e natural (ácido ascórbico). As frações F01 e F03 apresentaram perfil imunossupressor sobre os esplenócitos. O isolamento da pectina foi confirmado pela presença de ácidos galacturônicos esterificados apresentando um peso molecular de 27,0±0,2 kDa e estabilidade térmica de aproximadamente 95% a 100 °C. A lignina de folhas de C. erectus foi caracterizada como sendo do tipoguaiacil- siringyl-p-hidroxifenil (G-S-H) apresentando um conteúdo fenólico de 465,90 ± 1,07 mg/g GAE. A lignina e pectina apresentaram alta atividade antioxidante contra os radicais DPPH (IC50 = 231,16 e 189,21 μg/mL, respectivamente) e ABTS (IC50 = 356,03 e 248,25 μg/mL, respectivamente). Ainda, a pectina também promoveu uma inibição moderada da peroxidação lipídica (41,81±0,5 %). A lignina e a pectina promoveram aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio (EROs) mitocondrial e de Ca2+ citosólico, bem como diminuição do potencial de membrana de mitocôndria (ΔΨm) em PBMCs, porém sem provocar toxicidade às células. A lignina ainda promoveu o aumento da produção de EROs citosólicas e estimulou a proliferação e ativação de linfócitos T CD8+ e inibição de linfócitos T CD4+ (CTLA4+). A pectina, por outro lado, estimulou a proliferação e ativação de linfócitosT CD4+ e inibição de linfócitos T CD8+ (CTLA4+). As duas moléculas promoveram uma maior liberação de citocinas envolvidas na resposta Th1, IL-2, TNF-α e IFN-γ, assim como aumento da produção de óxido nítrico. Esses resultados destacam o potencial uso de compostos fenólicos, lignina e pectina de C. erectus como compostos imunomoduladores em estudos futuros.