Repercussões do treino motor seguido de prática mental na mobilidade funcional de pacientes com doença de Parkinson

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2017
Autor(a) principal: SILVA, Douglas Monteiro da
Orientador(a): LINS, Otávio Gomes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Neuropsiquiatria e Ciencia do Comportamento
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25128
Resumo: Introdução: A Doença de Parkinson (DP) causa déficits de mobilidade difíceis de tratar com drogas ou cirurgias. Tendo em vista as limitações da mobilidade funcional decorrentes da DP, faz-se necessária a identificação de protocolos de treinamentos motores que favoreçam a recuperação funcional destes indivíduos. Há poucas pesquisas sobre programas fisioterapêuticos que possam manter ou melhorar a agilidade do paciente, retardando o declínio da mobilidade funcional. A Prática Mental (PM) vem surgindo como uma estratégia não invasiva e de baixo custo. Este método desponta com resultados positivos no aumento das habilidades motoras de pacientes neurológicos. O estudo tem como objetivo avaliar o uso da prática mental após a fisioterapia motora para manutenção dos efeitos obtidos na mobilidade funcional de sujeitos com DP. Métodos: Trata-se de um ensaio clínico randomizado controlado, com cegamento simples. Foram recrutados pacientes com diagnóstico clínico de DP idiopática, de ambos os sexos, nos estágios de 1 a 3 da doença. Os pacientes foram divididos em dois grupos, Grupo Prática Mental (GPM) que realizou 15 sessões de Fisioterapia Motora (FM) seguida de 10 sessões de PM e atividades do manual de fisioterapia do Pró-Parkinson, e GC (GC) realizou 15 sessões de FM e depois passou 5 semanas realizando as atividades do manual de fisioterapia do Pró-Parkinson. Foram realizadas avaliações clínicas antes da intervenção terapêutica, após a FM (reavaliação 1) e após a PM (reavaliação 2). Para avaliação das varáveis de desfecho foram utilizados: Escala Unificada de Avaliação da Doença de Parkinson (UPDRS), Questionário de doença de Parkinson (PDQ-39), Dinamyc Gait Index (DGI), Timed Up and Go (TUG), Escala Internacional de Eficácia de Quedas (FES-I), Freezing of Gait Questionnaire (FOGQ) e Escala de Fadiga da Doença de Parkinson (PSF-16), onde escores baixos indicam melhores resultados, exceto pelo DGI que escores altos indicam melhor resultado. Resultados: A amostra foi composta por 86% de homens, com 7 sujeitos em cada grupo. Nos resultados do TUG não foram verificadas diferenças significativas entre o GPM e GC em nenhuma das avaliações. Verificou-se redução na média do tempo do TUG de ambos os grupos na reavaliação 1 e uma consequente redução no percentual de pacientes com alto e médio risco de quedas. Na reavaliação 2 o GPM continuou apresentando redução do tempo na reavaliação 2, significativa quando comparado à avaliação inicial, enquanto que o GC apresentou aumento significativo, não significativo quando comparado a avaliação inicial. Na reavaliação 2 o percentual de paciente com risco de quedas manteve-se no GPM e elevou-se no GC. Nos resultados do DGI não houveram diferenças significativas entre as médias de escores dos grupos. Na reavaliação 1 houve um aumento significativo na média dos escores do DGI em ambos os grupos. Na reavaliação 2, o GPM apresentou elevação não significativa quando comparado a reavaliação 1, mas significantes quando comparadas à avaliação inicial, o GC apresentou declínio significativo quando comparado a avaliação inicial. Não houve diferenças significativas intergrupo e/ou intragrupo no resultado da UPDRS e FOGQ em nenhuma das avaliações. Não se verificou diferenças significativas intergrupo nas avaliações do FES-I, PSF-16 e PDQ-39. Na comparação intragrupo observou-se aumento significativo na reavaliação 2 do FES-I comparado à reavaliação 1 de ambos os grupos, do GC quando comparados à avaliação inicial e redução no PSF-16 do GPM. Na reavaliação 1 do PDQ-39 total, observou-se redução significativa na média de escore dos grupos. A média do PDQ-39 total da reavaliação 2 elevou-se nos dois grupos, sendo significativa no GC. Conclusão: Neste estudo foi possível comprovar os efeitos da PM na manutenção dos resultados na mobilidade funcional após a FM. Entretanto seus efeitos não influenciam condição clínica, medo de cair, congelamento da marcha, fadiga e qualidade de vida.