A cruzada modernizante e os infiéis no Recife, 1922-1926: Higienismo, vadiagem e repressão policial

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2003
Autor(a) principal: Lopes, Gustavo Acioli
Orientador(a): Rezende, Antonio Paulo de Morais
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Não Informado pela instituição
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Não Informado pela instituição
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/7775
Resumo: Entre 1922 e 1926, o Governo do Estado de Pernambuco implementou duas políticas paralelas, ambas caracterizadas por um viés antipopular e pautadas por diretrizes que visavam a enquadrar em moldes tidos por modernos o comportamento das classes populares. De um lado, a política de saúde, higiene e assistência promovida por Amaury de Medeiros; de outro, uma campanha de perseguição aos vadios, incluindo jogadores e mendigos e ébrios da cidade do Recife, pelas instituições policiais. A imprensa local reverberava e incentivava as duas linhas de ação, identificando com um vocabulário peculiar os alvos da modernização e do enquadramento. Estas políticas públicas não constituíram apanágio do estado de Pernambuco, uma vez que guardam estreitas semelhanças com outras iniciativas observadas em algumas cidades brasileiras nas décadas republicanas anteriores. Do mesmo modo, os aspectos políticos, econômicos e culturais, em suma, sociais que associamos a tais políticas não se reduzem ao âmbito local, mas, apesar das condicionantes específicas que apontamos, como a situação política, vinculam-se a elementos estruturais e conjunturais da Primeira República, tais como o neopatrimonialismo e as criminalização e politização das contravenções relacionadas à atuação de organizações de classe, especificamente as organizações operárias. E, ainda, as políticas implementadas por Amaury de Medeiros harmonizavam-se com esta visão geral das "classes perigosas", amplificada na tensão político-social dos anos 1920, e com os ideais de salvação pela higiene, campanha originada no Centro-Sul em 1916