Análise histomorfométrica da retina e acuidade visual de três espécies de morcegos do gênero Artibeus (CHIROPTERA: Phyllostomidae)
Ano de defesa: | 2017 |
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Autor(a) principal: | |
Orientador(a): | |
Banca de defesa: | |
Tipo de documento: | Dissertação |
Tipo de acesso: | Acesso aberto |
Idioma: | por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
UFPE Brasil Programa de Pos Graduacao em Morfotecnologia |
Programa de Pós-Graduação: |
Não Informado pela instituição
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Não Informado pela instituição
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Palavras-chave em Português: | |
Link de acesso: | https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/25148 |
Resumo: | Os morcegos do gênero Artibeus Leach, 1821 (Phyllostomidae, Stenodermatinae) consistem de 10 espécies predominantemente frugívoras. Os olhos desses animais possuem uma retina delgada e são adaptados para operar em baixos níveis de luz, o que resulta em uma pobre acuidade visual. Assim, este estudo realizou uma análise histomorfométrica da retina e determinou os valores de acuidade visual de três espécies de morcegos do gênero Artibeus, incluindo Artibeus lituratus, Artibeus planirostris e Artibeus obscurus. Para isso, os morcegos foram eutanasiados e os olhos foram enucleados, as retinas foram hemidissecadas, fixadas e cortadas em série com 4 µm de espessura, coradas por Hematoxilina e Eosina e analisadas através de microscopia de luz. A acuidade visual foi determinada pela análise da densidade de células ganglionares a partir do mapa topográfico de distribuição dessas células na retina. Adicionalmente, foi realizada mensurações das espessuras das camadas da retina e os resultados foram submetidos à análise estatística através do teste t de Student. Para todas as três espécies estudadas foram identificadas as 10 camadas da retina descritas para mamíferos com algumas diferenças significativas entre as espessuras dessa estrutura. Além disso, as retinas dessas três espécies são avasculares e não apresentaram tapetum lucidum em nenhum quadrante da retina. Adicionalmente, verificou-se que a espessura da retina na região central foi significativamente maior (p < 0,001) em todos os parâmetros mensurados, com exceção da camada plexiforme externa (OPL) que foi significativamente maior na região periférica (p < 0,001). As retinas das três espécies exibiram uma especialização retiniana em forma de faixa visual horizontal apresentando a maior concentração de células ganglionares na região inferotemporal. Adicionalmente, a espécie A. lituratus apresentou um padrão exclusivo com uma faixa visual extra e uma área circular de alta densidade celular no quadrante superonasal. Assim, a espécie A. lituratus exibiu a maior acuidade visual (1,9 ciclos/grau) em comparação com as outras duas, enquanto A. obscurus exibiu a menor acuidade visual (1,5 ciclos/grau) e A. planirostris mostrou um valor intermediário entre essas duas espécies (1,7 ciclos/grau). Todas as características da retina destes morcegos estão relacionadas com os hábitos alimentares, padrões de ecolocalização e tamanho corpóreo de cada espécie. Portanto, pode-se concluir que os morcegos do género Artibeus têm uma elevada acuidade visual em comparação com outros morcegos ecolocalizadores. Adicionalmente, a espécie A. lituratus exibe uma acuidade visual mais desenvolvida e refinada entre as três espécies do gênero Artibeus estudadas. |