Histomorfometria sazonal epididimária do morcego Artibeus planirostris (Chiroptera: Phyllostomidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Araújo, Rodrigo Serafim de
Orientador(a): Morais, Danielle Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22664
Resumo: Considerando-se a importância ecológica do morcego Artibeus planirostris e a importância da avaliação epididimária para o entendimento de sua função reprodutiva, objetivou-se compreender os parâmetros reprodutivos desta espécie a partir da análise morfológica e morfométrica do epidídimo. Foram utilizados 16 animais adultos, coletados durante as estações seca (n=08) e chuvosa (n=08) de 2014. As capturas foram realizadas na cidade de Natal-RN (latitude 5°50’33.9”S e longitude 35°12’07.6” W) (autorização SISBIO no 25233-1), utilizando-se redes de neblina. Após anestesia e eutanásia por perfusão transcardíaca, foi realizada a coleta dos epidídimos (autorização CEUA/UFRN no 009/2012), seguido de processamento histológico para inclusão em historesina e análises sob microscopia de luz. Análises morfométricas dos componentes do parênquima epididimário foram realizadas a partir da captura de imagens das lâminas histológicas, utilizando-se o software Image-Pro Plus. Os resultados foram submetidos à ANOVA, sendo as médias comparadas pelo teste t de Student ao nível de significância de 5%, seguido do pós-teste de Tukey. Nas duas estações analisadas, a avaliação morfológica do epidídimo revelou que o órgão apresentou-se dividido em 4 regiões principais: segmento inicial, cabeça, corpo e cauda. O parênquima apresentou-se composto predominantemente por túbulos epididimários, sustentados por tecido conjuntivo intertubular. Ao longo das três porções epididimárias os túbulos ocuparam 75,07±2,94% do parênquima na estação chuvosa e 67,23±2,44% na estação seca, sendo seus percentuais nas regiões da cabeça e corpo significativamente maiores na estação chuvosa em relação à estação seca. O restante do parênquima foi representado pela região intertubular, que apresentou redução proporcional nas mesmas regiões entre as estações. Os túbulos foram constituídos por epitélio pseudoestratificado cilíndrico com estereocílios, apoiado sobre uma túnica própria, e lúmen. O epitélio epididimário foi o principal componente do túbulo epididimário, sendo que na região da cauda seu percentual foi maior na estação seca (27,58±8,33%) em relação à chuvosa (17,79±4,33%). Este epitélio apresentou-se composto pelas células principais (PR), basais (BA), estreitas (ES), halo (HA), claras (CL) e apicais (AP), sendo que a primeira e a última apresentaram, respectivamente, maior e menor distribuição em todas as regiões epididimárias nas duas estações. Tanto na região da cabeça quanto da cauda, as células PR foram as mais predominantes no epitélio epididimário na estação seca em relação à estação chuvosa, enquanto as células BA foram mais predominantes na estação chuvosa, tanto na cabeça quanto na cauda. As células AP apresentaram maior distribuição na cabeça do epidídimo durante a estação chuvosa, enquanto as células ES apresentaram maior distribuição no corpo do epidídimo na estação seca, sendo seu registro nessa porção epididimária constituiu um achado novo. Observou-se aumento gradativo em diversos parâmetros da cabeça em direção à cauda, tais como o diâmetro dos túbulos epididimários, do lúmen e percentual com espermatozoides e da camada de células musculares lisas ao redor dos túbulos epididimários, contrastando com a diminuição na altura do epitélio. Muitos destes parâmetros apresentaram maiores valores na estação chuvosa em relação à estação seca. Conclui-se que o epidídimo de A. planirostris apresentou-se, de um modo geral, semelhante ao descrito para outros mamíferos, com destaque para as células estreitas, registradas pela primeira vez na região do corpo. Foram encontrados espermatozoides no lúmen dos túbulos epididimários nas duas estações avaliadas, especialmente na região da cauda, mostrando assim um padrão reprodutivo anual contínuo, com picos de reprodução na estação chuvosa.