Histomorfometria testicular e processo espermatogênico do morcego Artibeus planirostris (Chiroptera: Phyllostomidae)

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2016
Autor(a) principal: Costa, Kadigna Carla Silva
Orientador(a): Morais, Danielle Barbosa
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Não Informado pela instituição
Programa de Pós-Graduação: PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM BIOLOGIA ESTRUTURAL E FUNCIONAL
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufrn.br/jspui/handle/123456789/22657
Resumo: Os morcegos atuam de diversas maneiras na regulação dos ecossistemas. Dentre seus representantes, Artibeus planirostris é uma espécie frugívora, que atua tanto como dispersora de sementes quanto como polinizadora. Diante da escassez de estudos sobre a biologia reprodutiva de morcegos, sobretudo em machos, e da carência de informações sobre a reprodução dos indivíduos da ordem quiróptera no Nordeste do Brasil, este estudo teve por objetivo quantificar o processo espermatogênico de A. planirostris, bem como sua variação sazonal, através de análises morfológicas e morfométricas dos testículos. Os animais foram coletados nos anos 2013 e 2014, entre as estações seca (n=10) e chuvosa (n=10), no campus central da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (Natal-RN). Após eutanásia os testículos foram coletados e processados histologicamente para inclusão em historesina e analise sob microscopia de luz. As lâminas histológicas foram fotografadas e a morfometria foi realizada utilizando-se o software Image-Pro Plus. Os resultados obtidos quanto à morfometria e biometria foram comparados pelo teste de Kruskall Wallis ou pelo teste de Student, considerando-se um nível de significância de 5% (p<0,05). Considerando-se as duas estações, os animais apresentaram índice gonadossomático médio de 0,54%. Os túbulos seminíferos representaram cerca de 92% do parênquima testicular, sendo o restante representado pelo intertúbulo. Os túbulos seminíferos foram compostos por cerca de 27% de lúmen, 60% de epitélio seminífero e 4% de túnica própria. Dentre os parâmetros morfométricos analisados, apenas o lúmen apresentou variação significativa entre as estações, de modo que o maior percentual foi encontrado na estação chuvosa, com cerca de 29%. O diâmetro tubular e a altura do epitélio seminífero apresentaram médias de 142 μm e 43 μm, respectivamente. Obteve-se comprimento tubular médio por grama de testículo de 64,7 m e índice tubulossomático de 0,47 %. A população celular do epitélio seminífero mostrou-se composta por espermatogônias, espermatócitos primários na transição de pré-leptóteno para leptóteno, em zigóteno e em paquíteno, espermátides arredondadas e alongadas e células de Sertoli. Apenas a população de espermatócitos primários em pré-leptóteno/leptóteno apresentou variação entre as estações, com maiores valores na estação seca. Obteve-se índice mitótico anual de 14%, índice meiótico de 3%, rendimento geral da espermatogênese de 51 células e índice de células de Sertoli de 6 células. A análise da frequência dos estádios do ciclo do epitélio seminífero mostrou que os estádios mais e menos frequentes foram, respectivamente, o 1 e o 6. Os estádios 1 e 4 variaram estatisticamente entre as estações, sendo que o estádio 1 foi mais frequente na estação chuvosa e o estádio 4 foi mais frequente na estação seca. O intertúbulo foi composto predominantemente por células de Leydig, as quais apresentaram maiores percentuais no parênquima testicular na estação seca, assim como a proporção volumétrica dos vasos linfáticos. Os demais componentes intertubulares não variaram estatisticamente entre as estações, bem como os parâmetros analisados quanto à morfometria das células de Leydig. Estas células apresentaram número por grama de testículo com média anual de 5,63x107células, e índice Leydigossomático de 0,005%. Observou-se grande investimento em túbulos seminíferos, com baixa capacidade de suporte pelas células de Sertoli, e grande investimento em células de Leydig no parênquima testicular, sobretudo na estação seca, bem como na população de espermatócitos primários em pré-leptóteno/leptóteno indicando padrão espermatogênico anual contínuo no Nordeste do país em A. planirostris.