O ensino da modalidade escrita da língua no final da educação infantil: concepções e práticas de docentes

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: SILVA, Thais Thalyta da
Orientador(a): MORAIS, Artur Gomes de
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal de Pernambuco
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pos Graduacao em Educacao
Departamento: Não Informado pela instituição
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Link de acesso: https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/33928
Resumo: Defendendo o trabalho com a modalidade escrita da língua na Educação Infantil, a pesquisa buscou: I) caracterizar a prática de professoras, o cotidiano de suas salas de aula, para identificar suas rotinas e o lugar dedicado ao ensino da língua portuguesa - e, especificamente, da sua modalidade escrita - no último ano da Educação Infantil; II) identificar e analisar as concepções e práticas pedagógicas de ensino-aprendizagem da língua portuguesa das professoras investigadas, de modo a conhecer que atividades priorizavam e como as conduziam; e III) identificar os recursos didáticos que as professoras usavam para ensinar a notação alfabética e para praticar a leitura e escrita de textos, examinando os critérios para sua escolha e a coerência com as concepções que elas, docentes, expressavam. Para tal, investigamos as práticas de três professoras do final da Educação Infantil, indicadas por seus pares, sendo uma da rede privada e duas de redes públicas da Região Metropolitana do Recife. A coleta de dados se deu a partir da observação de 20 jornadas de aulas de cada docente, que aconteciam por semana completa, além de entrevista ao final das observações. Constatamos que as docentes tinham uma rotina estruturada de trabalho, mas com pouca incursão de práticas intencionais com a modalidade escrita da Língua Portuguesa. Dentre os eixos de ensino da língua, a apropriação do sistema de escrita foi o mais trabalhado, contudo, de forma pouco significativa. As três professoras diziam ter o objetivo de trabalhar principalmente o reconhecimento das letras, no entanto, as atividades mais presenciadas eram de escrita do nome próprio e a cópia de palavras. As atividades das professoras 2 e 3, das redes públicas, sempre partiam da exposição de uma família silábica. Os discursos sobre a leitura revelaram que a leitura era reduzida a um processo de decodificação. Apesar disso, a leitura de textos, em geral, estava presente no cotidiano das turmas, sendo realizada, principalmente, pelas professoras para seus alunos, mas sem preocupações com o ensino de compreensão leitora. As professoras 1 e 3 realizaram poucas questões pontuais sobre os textos lidos e a Professora 2 sequer conversou sobre nenhuma das leituras realizadas. A produção de textos era concebida pelas docentes, grosso modo, como um eixo mais difícil de ser trabalhado com as crianças da Educação Infantil, de modo que só uma delas fez uma atividade de produção de uma lista. Quanto aos recursos didáticos, também não foi registrada grande variação nos casos acompanhados, nem nos discursos e nem nas práticas docentes, sobretudo no caso da Professora 2. No eixo do sistema de escrita, os recursos mais utilizados eram as fichas de atividade. Na leitura, os livros literários eram recursos bastante presentes, menos no caso da Professora 2 que lia mais frequentemente os textos das fichas de atividade. A pesquisa aponta a necessidade de discutir e situar melhor o lugar da leitura e da escrita de textos e de palavras na Educação infantil, para colaborar com a fundamentação e desenvolvimento de práticas mais coesas, que valorizem e respeitem as crianças pequenas.