Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2016 |
Autor(a) principal: |
PALHARES, Ana Cristina de Moraes Hazin |
Orientador(a): |
CARVALHO, Rosângela Tenório de |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Tese
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal de Pernambuco
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pos Graduacao em Educacao
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Departamento: |
Não Informado pela instituição
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Link de acesso: |
https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/29764
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Resumo: |
A inclusão da língua inglesa como componente curricular está prevista em lei apenas a partir dos anos finais do Ensino Fundamental. No entanto grande parte das escolas particulares já incluem a língua inglesa no currículo desde os primeiros anos da Educação Infantil, argumentando que este aprendizado facilitará a aquisição da linguagem ao longo dos anos. Neste sentido, nos últimos anos tem ocorrido um aumento significativo no número de escolas monolíngues que têm se autodenominado bilíngues ou têm lançado projetos bilíngues, sendo a língua inglesa a língua a ser aprendida além do português. Desta forma, podemos perceber que a língua inglesa vem, aos poucos, assumindo o status de segunda língua também nas escolas. Mas como o discurso sobre a língua inglesa entra, nas escolas monolíngues, na Educação Infantil? Para compreender melhor esta realidade, o objetivo deste trabalho foi analisar os discursos sobre a língua inglesa na Educação Infantil para compreender os efeitos de sentido dos discursos em circulação, por que esses discursos e não outros e quais discursos são silenciados nesse processo. Para tanto, ancorados nos princípios da Análise de Discurso francesa (AD), nos estudos de Pêcheux e Orlandi, entre outros autores, e compreendendo que, para além das palavras, o sentido está na relação com a exterioridade, ou seja, no contexto imediato e também no contexto sócio-histórico, ideológico, buscamos situar o discurso sobre ensino de língua inglesa na Educação Infantil histórica e socialmente, examinando as suas condições de produção. Nós constatamos que existem inúmeros discursos em circulação sobre o ensino-aprendizagem de língua inglesa. Há vários espaços discursivos por onde os discursos se movimentam e que provocam uma série de efeitos de sentido, algumas vezes contraditórios. O discurso do mercado aponta para o futuro e para a necessidade de saber, o discurso de divulgação científica comprova ser importante aprender o quanto antes e o discurso da pedagogia cultural apresenta algumas das possibilidades dos processos de ensino-aprendizagem. Língua e cultura são representadas em sua instrumentalidade; há um silenciamento em relação ao caráter discursivo da língua, à sua historicidade e politicidade. Consequentemente, há uma simplificação dos processos de ensino-aprendizagem de línguas, com o apagamento de possíveis conflitos. A escola, por sua vez, é nomeada o espaço privilegiado onde o aprendizado de língua inglesa como segunda língua deve ocorrer, contradizendo o pré-construído analisado anteriormente, segundo o qual este não seria o espaço apropriado para aprender inglês. Podemos compreender este discurso levando em consideração que há um alinhamento entre os discursos sobre o ensino de língua inglesa na escola/empresa e os discursos do mercado. Acreditamos que esta reflexão sobre os processos discursivos referentes ao ensino e aprendizado de língua inglesa na Educação Infantil é relevante pela necessidade de refletirmos sobre os discursos que nos constituem e também por causa da importância de pensarmos sobre o papel da língua inglesa, enquanto língua hegemônica, em nossa sociedade e em nossas vidas. Isto porque, para podermos repensar os processos de ensino-aprendizagem de línguas, precisamos primeiro tentar compreender o lugar que as línguas ocupam. |