Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2015 |
Autor(a) principal: |
SILVA, Tamires Santos Rufino e
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Orientador(a): |
CAVALCANTE , Lília Iêda Chaves
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
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Departamento: |
Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11906
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Resumo: |
A visita familiar (VF) deve ser entendida como um importante meio de aproximação entre pessoas que, por razões diversas, encontram-se afastadas uma da outra e/ou tiveram o convívio dificultado. Esta pesquisa objetivou investigar aspectos que caracterizam a visita familiar em instituições de acolhimento infantil na Região Metropolitana de Belém (RMB). Para tal, foram realizados três estudos, sendo um quantitativo e dois qualitativos, com caráter descritivo-exploratório. O primeiro estudo buscou descrever características gerais da visita familiar em instituições de acolhimento da Região Metropolitana de Belém. O segundo estudo investigou aspectos da organização do ambiente e da preparação da criança antes, durante e após a visita, considerando, para tanto, o ponto vista de técnicos e educadores nas instituições pesquisadas. Já o terceiro investigou a visita familiar como processo proximal, analisando as interações ocorridas entre crianças que estavam em situação de acolhimento e familiares que as visitavam. No primeiro estudo, por se tratar de uma pesquisa documental, a coleta dos dados foi feita exclusivamente em prontuários disponibilizados pelas instituições pesquisadas, utilizando como instrumentos de pesquisa um formulário de caracterização de crianças e um questionário de descrição da instituição. No segundo estudo a coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas para identificar a percepção dos técnicos e educadores acerca da VF nesse contexto específico. Já no terceiro estudo a coleta de dados foi realizada a partir de entrevistas semiestruturadas com os visitantes e a observação das suas interações com as crianças no momento da visita. Os resultados do primeiro estudo indicaram que houve associação estatisticamente significativa entre a condição da criança receber ou não receber visita com as seguintes variáveis: tempo de acolhimento (p=0,034) e destino da criança após a sua saída da instituição (p=0,012). Constou-se ainda associação estatisticamente significativa entre a condição da criança receber ou não visita da mãe com as seguintes variáveis: abandono (p=0,25) e violência sexual (p=0,002), assim como visita dos tios com abandono (p=0,001) e violência sexual (p=0,000). Além disso, os resultados indicaram uma associação estatisticamente significativa entre as variáveis receber visita da comunidade com abandono como motivo do acolhimento da criança (p=0,037). No segundo estudo, os dados da pesquisa sugerem que na instituição governamental pouca ou nenhuma atenção tem sido dada à preparação da criança e do ambiente para o momento destinado à visita familiar, enquanto que na instituição não governamental observou-se um cuidado e uma atenção maiores com essa forma de contato face-a-face e a convivência social entre membros de uma mesma família ou comunidade que por quaisquer razões foram afastados. No terceiro e último buscou discutir por que e como a visita pode se constituir em um processo proximal importante em termos da bioecologia do desenvolvimento humano. Com base em quatro estudos de caso, foram analisados aspectos que procuraram descrever os processos proximais observados em diferentes momentos de visita familiar. Os resultados apontaram que, em todos os casos, houve efeitos de competência9 e de disfunção nas relações proximais entre os visitantes e os visitados. Os estudos relatados no presente trabalho permitiram verificar que a visita familiar (VF) pode atuar como um meio de garantir o direito à convivência familiar e comunitária para crianças acolhidas institucionalmente, na medida em que contribui em razão da qualidade das interações mantidas nesse momento para a preservação dos vínculos familiares. Neste sentido, considera-se que a visita familiar pode favorecer o desenvolvimento saudável da criança mesmo em um ambiente muitas vezes hostil, como as instituições de acolhimento, e por isso deve ser incentivada a sua prática e novas investigações sobre o tema. |