Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2011 |
Autor(a) principal: |
COSTA, Lígia Negrão
 |
Orientador(a): |
MAGALHÃES, Celina Maria Colino
 |
Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
|
Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
|
Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
|
Departamento: |
Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
|
País: |
Brasil
|
Palavras-chave em Português: |
|
Área do conhecimento CNPq: |
|
Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11085
|
Resumo: |
Diversos estudos têm apontado para as interações entre irmãos como influenciadoras no desenvolvimento infantil nos diversos contextos, trazendo contribuições para a compreensão da dinâmica e organização da estrutura social dos grupos, das preferências e tipos de interações estabelecidas. O Estatuto da Criança e do Adolescente enfatiza que se deve resguardar e fortalecer os vínculos fraternos e de parentesco, a fim de contribuir para a formação das identidades das crianças, preservando a história de vida e referencial familiar. Considerando as particularidades do ambiente institucional infantil, como espaço coletivo de cuidado, o estudo de irmãos poderá proporcionar informações sobre os traços peculiares presentes neste tipo de interação. O estudo teve como objetivo descrever e analisar as interações entre irmãos e seus pares em acolhimento institucional, discutindo as condições contextuais da instituição. Participaram da pesquisa quatro grupos de irmãos compostos por 10 crianças no total, de ambos os sexos, com idades entre três e sete anos, acolhidos em uma instituição de grande porte, financiada pelo Governo do Estado, localizada na periferia de Belém, Pará. Na instituição as crianças eram divididas em dormitórios segundo a faixa etária, sendo encontrados somente dois irmãos juntos no mesmo dormitório. Os dados foram coletados por meio de consulta nos prontuários e observação das interações entre as crianças. Foi utilizada a técnica do sujeito-focal, com alvo em cada irmão. Para cada criança foram realizadas seis seções observacionais de dez minutos cada, perfazendo um total de 60 minutos. Os episódios interativos foram categorizados em interações envolvendo compartilhamento, conflito, cooperação, competição, similaridade de comportamentos, afeto e busca de proximidade. Os principais resultados mostraram que: 1) As crianças são oriundas de famílias de classe social baixa, tendo como causas do acolhimento o abandono, a negligência, a pobreza e os problemas relacionados aos pais. Na maioria dos casos, as crianças são reincidentes no abrigo, sendo o tempo de acolhimento institucional superior ao tempo de convivência familiar em sete das dez crianças. 2) Ao analisar os parceiros e o tempo de interação, os irmãos do grupo 1 apresentaram maior número de interação entre si e maior tempo dispensado nestas interações, sobretudo entre irmãos que estavam acolhidos no mesmo dormitório (I1 e I2) e em dormitórios de faixa etária próxima (I3 e I4). Nos demais grupos predominaram as interações entre pares coetâneos, tanto na freqüência, como no tempo de interação, sendo que no grupo 3 houve apenas um episódio interativo entre os irmãos, e no grupo 4, não foram observadas interações entre os irmãos. 3) No tocante ao conteúdo das interações entre os irmãos, houve maior frequência das categorias de busca de proximidade, afeto e cooperação, enquanto que entre os pares prevaleceram interações relacionadas à cooperação, conflito e similaridade de comportamentos. Os dados expostos fomentam o debate em torno das instituições de acolhimento, sobretudo da modalidade de abrigo, estimulando o cumprimento das resoluções e atuando no fortalecimento das relações familiares e vinculação entre irmãos. |