Crianças em acolhimento institucional: brincadeiras, espaços e interações

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Luísa Sousa Monteiro lattes
Orientador(a): MAGALHÃES, Celina Maria Colino lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
Departamento: Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11091
Resumo: O objetivo deste trabalho foi investigar os contextos de brincadeira existentes em uma instituição de acolhimento infantil em Belém-PA como um microssistema através da análise das atividades, interações e papéis. Os participantes foram 10 crianças de cinco a seis anos, de ambos os sexos, com tempo de acolhimento que variou de um a 12 meses. Elegeram-se dois contextos para observar os participantes em situações de brincadeiras: o contexto estruturado (CE), representado pela brinquedoteca e o contexto semiestruturado (CSE), representado pelo barracão, playground e piscina. Foram realizados 117 registros de cinco minutos, totalizando 585 minutos de observação. Os resultados mostraram que com relação às atividades, a categoria brincadeira simbólica foi a mais frequente (43,25%), seguida da contingência física (35,04%) e da brincadeira exploratória (8,38%). A escolha da brincadeira variou em função do contexto, a simbólica obteve o maior número de ocorrências no CE e a contingência física no CSE. Os temas das brincadeiras variaram em função de variáveis: gênero; as meninas brincaram com temáticas relacionadas à vida familiar e doméstica; já os meninos preferiram brincar com temas relacionados a super-heróis e ao mundo do trabalho. A escolha dos parceiros também foi influenciada pelo contexto, apesar de o maior percentual de parcerias ocorrer com coetâneos, o CSE permitiu que as crianças interagissem com um grupo mais diversificado e maior de parceiros, além de aproximar grupos de irmãos. Perceberam-se papéis diferenciados entre os gêneros; meninos assumiam mais papéis de vilões, super-heróis; enquanto as meninas preferiram assumir papéis de mãe, filha, etc. Considera-se que a instituição de acolhimento constitui-se em um microssistema elementar de desenvolvimento, que deve assegurar e estimular o engajamento das crianças em um rol amplo e diversificado de brincadeiras. O estudo elucida a necessidade de flexibilização no uso dos espaços, em especial, do CE, de modo que possa promover a interação entre grupos diversificados, entre estes os de irmãos. Além disso, sugere-se o oferecimento de cursos e workshops para sensibilizar os profissionais acerca da importância das interações lúdicas para o desenvolvimento infantil. Aliado a isso, devem ser criadas possibilidades que aproximem e estimulem a família a interagir nas brincadeiras com as crianças.