Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2013 |
Autor(a) principal: |
FERREIRA, Luzivan dos Santos Gonçalves
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Orientador(a): |
NAHUM, João Santos
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geografia
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Departamento: |
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/8218
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Resumo: |
O objetivo desta dissertação é analisar a reprodução socioespacial dos ribeirinhos da região das ilhas de Abaetetuba, com base em seu gênero de vida, frente às recentes transformações ocorridas nas últimas três décadas na região, advindas do processo de modernização e inserção da Amazônia na lógica do capitalismo global. A noção de gênero de vida foi cunhada na geografia clássica por autores como Herder e La Blache e corresponde, genericamente, a um conjunto de práticas materiais e imateriais pelas quais um grupo é capaz de utilizar os recursos de seu meio físico para a sua reprodução socioespacial. Apesar de ter uma grande importância epistemológica para a geografia, essa noção foi renegada ao esquecimento em função de preconceitos arbitrários. Partimos do pressuposto de que a noção de gênero de vida pode ser trabalhada com comunidades rurais do mundo subdesenvolvido, como é o caso dos ribeirinhos da Amazônia, possibilitando o entendimento dos processos pelos quais os ribeirinhos se reproduzem espacialmente. Nessa região, a relação entre a sociedade e o ambiente sempre se constituiu no elemento principal no processo de produção do espaço. Essa relação com o ambiente contribuiu para o desenvolvimento de um gênero de vida peculiar dos ribeirinhos da Amazônia. No entanto, a região amazônica vem passando nos últimos anos por transformações que são políticas, econômicas, sociais e geográficas e que envolvem o município de Abaetetuba e sua região das ilhas e estão ligadas diretamente a um processo de inserção total da Amazônia em uma lógica capitalista de produção aos moldes do chamado mundo globalizado. Nesse sentido, o gênero de vida ribeirinho tem sido alvo constante das transformações advindas deste processo. Portanto, há nessa discussão uma importante variável concernente à relação existente entre as atuais transformações sociais em curso na região e a reprodução socioespacial dos ribeirinhos da região das ilhas de Abaetetuba, principalmente no que concerne ao seu gênero de vida. Observamos, então, que existe uma relação dialética entre a reprodução socioespacial dos ribeirinhos de Abaetetuba, que se materializa em um lugar por intermédio de seu gênero de vida, e as formas de produção social e espacial, ligadas a lógica do capitalismo global. Essa relação, entretanto, não é somente de submissão e/ou destrutiva, mas também de resistência e de reprodução do gênero de vida dos ribeirinhos da região das ilhas de Abaetetuba. |