Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: |
2007 |
Autor(a) principal: |
FEIO, Gilmara Regina Lima
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Orientador(a): |
DALL'AGNOL, Roberto
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Banca de defesa: |
Não Informado pela instituição |
Tipo de documento: |
Dissertação
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Tipo de acesso: |
Acesso aberto |
Idioma: |
por |
Instituição de defesa: |
Universidade Federal do Pará
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Programa de Pós-Graduação: |
Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
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Departamento: |
Instituto de Geociências
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País: |
Brasil
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Palavras-chave em Português: |
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Área do conhecimento CNPq: |
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Link de acesso: |
http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11718
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Resumo: |
A Província Estanífera de Pitinga, situada a cerca de 300 km a norte da cidade de Manaus (Amazonas-Brasil), caracteriza-se por apresentar importantes jazimentos de metais raros relacionados à Suíte Madeira, a qual é formada por três corpos graníticos tipo-A de 1,82 Ga (Água Boa, Madeira e Europa), encaixados em rochas vulcânicas do Grupo Iricoumé (1,88 Ga). O pluton Água Boa tem formato aproximadamente elíptico, alongado segundo a direção NE-SW, abrange uma área de aproximadamente 350 km2 e é composto por quatro fácies. A fácies precoce é um anfibólio-biotita-álcali feldspato granito metaluminoso com textura rapakivi localizada, seguido, na ordem de colocação, pelas fácies biotita granito porfirítico e biotita granito equigranular a seriado, ambas metaluminosas a peraluminosas; a fácies mais tardia é um biotitaálcali feldspato granito com topázio, porfirítico e peraluminoso, genericamente denominado de topázio-granito. A mineralização de Sn no pluton Água Boa ocorre em zonas metassomaticamente alteradas, formadas por epissienitos e greisens. Os greisens estudados têm como encaixante o biotita-álcali feldspato granito com topázio de coloração acinzentada a rosada com textura seriada média a fina, localmente porfirítica e granito albitizado. Leucogranitos pegmatóides portadores de cassiterita, levemente albitizados, ocorrem na transição entre granitos e greisens. Os greisens formam zonas contínuas de até 6 metros de espessura, interdigitados a granitos greisenizados (furo de sondagem F06Gr - Grota Rica). Exibem cor cinza claro a escuro e textura inequigranular fina a grossa. São compostos fundamentalmente por quartzo, siderofilita verde e topázio, acompanhados por quantidades variáveis de fluorita, zinnwaldita, esfalerita, cassiterita, zircão e anatásio. Foram classificados como quartzo-topázio-siderofilita greisen, topázio-siderofilita-quartzo greisen e topázio-quartzo greisen. Estudos de microscopia eletrônica de varredura revelaram a presença de Ce-monazita, galena, pirita, calcopirita e bismuto nativo. São cortados por veios de quartzo de granulação grossa, estéreis ou contendo esfalerita ± zinnwaldita. Dados geoquímicos, incluindo cálculos de balanço de massas, mostraram que, em termos dos elementos maiores, a greisenização provocou aumento nos conteúdos de Fe2O3t e redução mais expressiva de Na2O, MgO, CO2 e K2O. A remoção quase total de Na2O e um pouco menos acentuada de K2O está intimamente relacionada à desestabilização dos feldspatos e é uma das principais características da greisenização. O comportamento distinto do K2O deve-se à fixação de parte do K nas micas neoformadas. A imobilidade aparente do Ca pode ser explicada por seu baixo teor no granito hospedeiro e por sua retenção na fluorita secundária. Durante a greisenização os conteúdos de S, F, Zn, Cu, Sn, Pb, Ta, Rb e U aumentaram, enquanto que dos elementos restantes diminuíram. O aumento de Fe, S, Zn, Cu e Pb relaciona-se à formação de sulfetos, sendo estes elementos os principais responsáveis pelo acréscimo de massa durante a formação dos greisens. Dentre os elementos litófilos, o Rb é fortemente enriquecido devido à sua retenção na estrutura da siderofilita, ao passo que Ba e Sr são removidos devido à desestabilização dos feldspatos. Os elementos terras raras (ETR) revelaram pouca mobilidade e forneceram padrões muito similares aos dos granitos. De modo geral, constataram-se nos greisens teores de ETR semelhantes ou ligeiramente inferiores aos dos granitos. O maior empobrecimento de ETR ocorreu durante a formação do quartzo-topázio-siderofilita greisen. No topáziosiderofilita-quartzo greisen, os ETR leves diminuíram mais que os ETR pesados durante a greisenização. Análises em microssonda eletrônica permitiram classificar as micas marrons do topázio granito como annita transicionando para siderofilita, as micas verdes dos greisens como siderofilita e as micas fracamente coloridas dos greisens e veios de quartzo como zinnwaldita. As composições das micas do granito mostraram uma evolução para os greisens dada por annita → siderofilita, com aumento no conteúdo de VIAl, VI, Li e Si. A siderofilita do greisen foi, por sua vez, parcialmente substituída por zinnwaldita, também com aumento nos teores de VIAl, VI, Li e Si. A fase potássica predominante nos feldspatos do granito e leucogranito pegmatóide com cassiterita apresenta composição Or93-98Ab7-2. As lamelas de albita das pertitas e a albita intergranular mostram composições Ab95-99Or0-5An0-0,4. A cassiterita forma cristais euédricos a subédricos, maclados, zonados e com forte pleocroísmo, com composições muito puras e baixos conteúdos de Nb e Ta. Os resultados obtidos mostram que o biotita-álcali feldspato granito com topázio foi seguido pela formação localizada de leucogranitos pegmatíticos portadores de cassiterita e, posteriormente, ambos foram afetados por processos de alteração pós-magmática, traduzidos primeiramente por albitização, seguido por greisenização e localmente silificação, que culminou com a formação dos greisens e veios de quartzo, principais hospedeiros da mineralização de Sn e, subordinadamente, Zn. |