Química mineral em xenotímio e minerais associados as fases pegmatóides da facies albita-granito, Suíte Madeira, mina Pitinga, Amazonas.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2013
Autor(a) principal: SOLEDADE, Gilvana Lima da lattes
Orientador(a): LAMARÃO, Claudio Nery lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11719
Resumo: A mina Pitinga está localizada na porção norte do estado do Amazonas. Dentro da área da mina Pitinga os plútons Madeira, Água Boa e Europa, agrupados na Suíte Madeira, foram datados no Paleoproterozóico. O Granito Madeira contém quatro fácies distintas: anfibólio-biotita-sienogranito, biotita-feldspato alcalino-granito, feldspato alcalinogranito hipersolvus porfirítico e a última fase é o albita-granito, uma rocha fortemente mineralizada em metais raros, com frações pegmatíticas associadas. Os pegmatitos apresentam cristais bem desenvolvidos de quartzo, feldspato potássico, albita, mica escura, criolita, minerais opacos e xenotímio, objeto deste estudo. A geoquímica das rochas estudadas mostrou que o albita-granito de núcleo equigranular (ABGN) possui concentrações de ETR variando de 187,43 a 328,03 ppm, alcançando 1.276,63 no ABGN fluidal, e de 6.916,07 ppm nos pegmatitos. As concentrações de ítrio variam de 48,80 a 128,80 no ABGN, de 83,30 a 240,60 ppm no ABGN fluidal e alcançam 1.193,40 ppm nos pegmatitos. O xenotímio, principal mineral de ETRP e Y, apresentou conteúdos de ETRP de 32% a 36% e Y de 21 a 25%. A distribuição dos ETR em xenotímios é diferente do observado no ABGN equigranular, ABGN fluidal e nos pegmatitos com forte enriquecimento nos ETRP, o que sugere a sua cristalização tardia a partir de fluidos altamente diferenciados e fracionados, contudo, todos os padrões exibem distribuição tipo tetrad com mais altos teores em ETRP em relação aos ETRL. Estudos por MEV/EDS nos cristais de xenotímio revelaram associações mineralógicas e padrões texturais incomuns, não observados na microscopia óptica, tais como: feições de exsolução de torita (ThSiO4) e gagarinita [NaCaY(F,Cl)6], fraturas preenchidas por galena, cassiterita, micas e criolita. Análises químicas por WDS nas áreas bastante alteradas e áreas menos alteradas nos xenotímios revelaram significativas diferenças químicas nas porções com exsoluções de gagarinita e torita das porções sem alteração. As áreas alteradas apresentaram teores de SiO2 e ThO2 mais baixos (média 0,05% e 0,06%, respectivamente) quando comparados aos das porções com alteração incipiente (média 0,40% de SiO2 e 0,62% de ThO2), chegando a um teor máximo de ThO2 de 1,50%. A exsolução de torita em xenotímio, e as diferenças composicionais nos conteúdos de Th e Si, em porções alteradas e não alteradas do cristal, evidenciam que há remobilização destes elementos nas áreas alteradas do cristal, onde o Th incorporado a estrutura do xenotímio é exsolvido, precipitando-se na forma de torita. A associação xenotímio-gagarinita é inédita no contexto das mineralizações da Mina Pitinga e está pela primeira vez documentada neste trabalho, indicando que a gagarinita não está limitada aos veios de criolita e associada à fluocerita. Nos xenotímios, a gagarinita ocorre como grânulos exsolvidos orientados (áreas alteradas) e como inclusões (cristais subédricos a euédricos) e a torita como grânulos exsolvidos orientados. A Província Pitinga é responsável por 60% da produção brasileira de Sn com reservas associadas de Nb, Ta e F, além de teores anômalos de Zr, Y, Rb e Th. Somando-se a estas reservas, os óxidos de ETRP, também presente nos pegmatitos com concentrações de xenotímio, gagarinita e criolita viabilizam a exploração desses minérios como coprodutos.