Petrografia, geoquímica e geocronologia do granito Chaval, noroeste da Província Borborema

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ARAGÃO, Arthur Jeronimo Santana lattes
Orientador(a): GORAYEB, Paulo Sérgio de Sousa lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/11524
Resumo: A região noroeste da Província Borborema é representada por dois blocos crustais (Ceará Central e Médio Coreaú) articulados pelo Lineamento Transbrasiliano em contexto geológico complexo, que reune unidades geológicas de natureza, origem e idades do Arqueano ao Paleozoico. Neste quadro, destaca-se uma grande quantidade de corpos graníticos, com natureza e idades diversas, mas geralmente, resultante de granitogêneses com maior intensidade no Neoproterozoico e gerados em diferentes estágios da Orogenia Brasiliana. Nesse contexto, encontra-se o Granito Chaval no extremo noroeste da Província Boroborema, localizado próximo à costa Atlântica entre os estados do Ceará e Piauí. Ele está exposto em um batólito com relação intrusiva em ortognaisses paleoproterozoicos do Complexo Granja e rochas supracrustais do Neoproterozoico do Grupo Martinópole; está recoberto por rochas sedimentares da Bacia do Parnaíba do Paleozoico (Grupo Serra Grande) e depósitos sedimentares costeiros recentes. Os dados de campo e estudos petrográficos destacam em grande parte da porção oeste do corpo, feições magmáticas como a textura porfirítica com megacristais centímétricos de microclína euédricos imersos na matriz fanerítica grossa. No corpo predominam granodioritos, com variações tonalíticas e monzograníticas. Outra característica peculiar são as feições deformacionais relacionadas à instalação da Zona de Cisalhamento Transcorrente Santa Rosa (ZCTSR) no flanco leste do corpo, cujos efeitos do cisalhamento levaram à modificação das tramas magmáticas em grande parte da porção leste do corpo, gerando rochas miloníticas. Assim, as texturas tipicamente ígneas foram gradativamente, substituídas por uma trama tectônica, evoluindo inicialmente para protomilonitos, na porção central do corpo, e também mais a leste, e para granitos miloníticos, com forte deformação, cominuição e recristalização dinâmica dos minerais que compõem a matriz, formação de porfiroclastos de feldspatos e quartzo fitado. Os estudos geoquímicos revelam similaridades composicionais que são compatíveis com as classificações petrográficas, em que apresentam composição majoritariamente granodiorítica, seguida de monzogranitos e tonalítos. Os dados geoquímicos também indicam afinidade com granitos tipo I, peraluminosos a metaluminosos comparável à série cálcio-alcalina. As assinaturas geoquímicas indicam que o Granito Chaval é compatível a granitos de ambientes de arco magmático do tipo normal. As análises U-Pb em zircão indicam idade de cristalização de 632 Ma, posicionando seu alojamento no Neoproterozoico, no final do período Cryogênico, sendo ele o dos granitoides mais antigos da região, compatível aos granitoides do Arco Magmático Santa Quitéria. Os estudos isotópico Sm-Nd em rocha total apontam idades modelos (TDM) entre 2,04 e 1,27 Ga, e valores de ɛNd negativos, indicando fontes Paleoproterozoicas e Mesoproterozoicas, com considerável tempo de residência crustal que implica em uma natureza mais evoluída.