Os determinantes sociais, a infecção pelo HIV e a AIDS em uma capital na Amazônia brasileira: análise espacial e temporal

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2021
Autor(a) principal: DIAS, Bruna Rafaela Leite lattes
Outros Autores: https://orcid.org/0000-0001-9900-1860
Orientador(a): POLARO, Sandra Helena Isse lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Enfermagem
Departamento: Instituto de Ciências da Saúde
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
HIV
Palavras-chave em Inglês:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: https://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/16836
Resumo: Quase 40 anos após a sua descoberta, o Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) continua a ser um desafio para a saúde pública mundial. No Brasil, os estados da região Norte têm maior impacto da epidemia do HIV, com um aumento contínuo das taxas de detecção. Este estudo teve como objetivo realizar a análise espacial e temporal da incidência de infecção pelo HIV e de Aids, e sua relação com determinantes sociais. Estudo ecológico empregando dados secundários de casos notificados ao Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN), no período de 2007-2018, de indivíduos residentes no município de Belém/PA. A análise temporal foi feita utilizando a metodologia de Box e Jenkins. Para a análise espacial, a incidência foi analisada empregando técnicas de autocorrelação e regressão espacial, a densidade de Kernel para estudar a expansão da epidemia do HIV na cidade, e a estatística de varredura para identificar aglomerados de risco. Durante o período do estudo, 6.007 novos casos de infecção pelo HIV e de Aids foram notificados ao SINAN. A análise da série temporal revelou estabilidade da incidência desde 2007 até outubro de 2016, seguida de uma tendência ascendente. A partir de janeiro de 2017, as taxas de incidência registaram flutuações irregulares até ao final de dezembro de 2018. Foi observado um comportamento sazonal para a previsão de 2019 a 2022. Os clusters de elevada incidência localizavam-se nas zonas centrais e de transição de Belém. A epidemia progrediu de 2007-2010 para 2015-2018. A zona de alto risco espacial para o HIV foi observada na zona de transição (RR = 3,65; IC 95% = 2,47 - 5,34; p = 0,00016), enquanto a zona de alto risco espacial-temporal foi observada na zona central, de transição e expansão (RR = 4,24; IC 95% = 3,92 - 4,52; p = 0,000). As taxas de incidência foram diretamente correlacionadas à cobertura de Estratégia Saúde da Família (ESF) (R² ajustado = 0,38). A tendência ascendente observada nas taxas de incidência de infecção pelo HIV e de Aids em Belém pode estar correlacionada com os esforços das políticas públicas para combate ao vírus. No entanto, o comportamento irregular nas taxas de incidência a partir de 2017 e o comportamento sazonal revelado nas previsões sugere um afrouxamento nas políticas públicas de saúde. Este estudo fornece subsídios para a elaboração de estratégias de saúde pública para combater o HIV.