Simetria e assimetria entre reforçamento e punição

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2014
Autor(a) principal: MAYER, Paulo César Morales lattes
Orientador(a): CARVALHO NETO, Marcus Bentes de lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Teoria e Pesquisa do Comportamento
Departamento: Núcleo de Teoria e Pesquisa do Comportamento
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/12797
Resumo: Em análise do comportamento, considera-se central o papel das consequências na explicação do comportamento. Reforçamento e punição são as ferramentas conceituais utilizadas para se referir às relações comportamentais básicas entre o organismo e seu ambiente e seus possíveis efeitos sobre o responder. Apesar de consensual a noção de que certas consequências possam aumentar a probabilidade do responder (reforçamento) há um extenso debate quanto ao papel de consequências em suprimir o responder e o modo pelo qual isso ocorreria (punição). Duas perspectivas predominam nesse debate, uma denominada simétrica, que considera reforçamento e punição como diferindo essencialmente apenas na direção do efeito sobre a probabilidade do responder e outra denominada assimétrica que, sob diversos aspectos, considera punição e reforço como fenômenos essencialmente distintos e estabelece bases distintas para considerar cada um deles. O presente trabalho é uma investigação das bases experimentais da proposição assimétrica e uma proposta de redimensionamento do debate sobre a simetria entre reforçamento e punição. Três estudos empíricos foram realizados investigando proposições assimétricas. O Estudo 1 foi uma de replicação de um experimento de Thorndike (1932), buscando verificar se a magnitude de efeitos da punição sobre o responder seria proporcional a do reforçamento. Participaram do estudo 10 universitários em um procedimento de múltipla escolha no qual as respostas eram consequenciadas com os estímulos verbais “Certo” e “Errado”. Assim como no estudo original, constatou-se, que embora escolhas seguidas de “Certo” aumentaram de probabilidade, respostas seguidas de “Errado” continuaram a ocorrer em proporção próxima ao nível do acaso, sugerindo um efeito desigual entre os dois tipos de consequências. O Estudo 2 foi uma replicação de um experimento de Skinner (1938), avaliando a extensão dos efeitos supressivos da punição comparativamente aos da extinção. Seis ratos passaram por um treino de pressão à barra em FI e então foram submetidos a duas sessões de extinção. Metade dos sujeitos recebeu jatos de ar quente (punição em FR1) como consequência para o pressionar a barra nos 10 minutos iniciais da primeira sessão de extinção. Novamente os dados obtidos reproduziram o observado do estudo original: apesar de se observar uma supressão quase completa do responder dos sujeitos que passaram por punição, quando a punição foi descontinuada estes responderam em taxas mais elevadas e o número total médio de respostas dos sujeitos não diferiu tendo eles passado ou não por punição. O Estudo 3 foi uma replicação de Arbuckle e Lattal (1987) avaliando a relação entre a supressão comportamental produzida pela punição e o reforçamento negativo. Participaram do estudo sete ratos. Foi utilizada uma caixa de condicionamento operante com duas barras e equipamento de autoadministração de drogas. Após treino em VI, uma das barras produzia alimento (VI-120s) e infusões intravenosas de histamina (supressor comportamental) em diferentes VI’s, de no máximo 15s. Respostas na outra barra preveniam as infusões de histamina (esquiva). Constatou-se que a histamina foi eficaz em suprimir o responder. Entretanto, não se conseguiu estabelecer confiavelmente o responder de esquiva, mesmo quando em fase posterior do estudo foi realizado umv treino específico de esquiva não sinalizada. Ao se analisar conjuntamente os dados destes três estudos, verificou-se a dificuldade de discutir a questão da simetria entre reforçamento e punição sob apenas um enfoque. Cada um dos estudos, apesar de relacionados ao tema geral abordado, pautava-se em diferentes perguntas específicas de pesquisa. Diante desse cenário, uma seção adicional foi redigida com o objetivo de examinar o problema do ponto de vista conceitual. Foi proposta, então, uma categorização da literatura, redimensionando o debate.