Monitorização terapêutica de fármacos utilizados no tratamento da tuberculose no Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2018
Autor(a) principal: ALBERIO, Carlos Augusto Abreu lattes
Orientador(a): VIEIRA, José Luiz Fernandes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Tese
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Doenças Tropicais
Departamento: Núcleo de Medicina Tropical
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14085
Resumo: A tuberculose continua sendo um problema de saúde pública em todo o Brasil. Diversos esforços têm sido realizados para aumentar suas taxas de cura, como o emprego da estratégia TDO (Tratamento Diretamente Observado por Curto Período) que visa reduzir os casos de abandono e melhorar a adesão ao tratamento. Em decorrência do aumento da resistência primária a isoniazida, o Ministério da Saúde modificou o esquema terapêutico em 2010, ajustando as doses da isoniazida e da pirazinamida, e acrescentando o etambutol na fase intensiva do tratamento. Pela falta de dados sobre as concentrações séricas das drogas de primeira linha na população brasileira neste novo esquema, este estudo teve como objetivo determinar as concentrações séricas da rifampicina, isoniazida e pirazinamida durante o tratamento e as suas associações com alterações hematológicas e bioquímicas, reações adversas e desfechos clínicos. Para tanto, foi realizado estudo prospectivo, tipo coorte, no período de setembro de 2013 a novembro de 2016, em duas unidades básicas de saúde na cidade de Belém (Pará). As reações adversas mais comuns foram irritação gástrica e o prurido, principalmente na fase intensiva do tratamento e o desfecho clínico mais frequente foi a alta por cura (87,5%). Houve alta taxa de negativação da baciloscopia (98,90%) no final da fase intensiva do tratamento. Os parâmetros hematológicos foram determinados por contador automático de células (Cobas 2300®) e os parâmetros bioquímicos por espectrofotometria (Varian®), os quais não apresentaram modificações relevantes durante o tratamento. Os medicamentos analisados foram a rifampicina, a isoniazida e a pirazinamida, e as suas concentrações séricas foram determinadas através da cromatografia líquida de alta eficiência em fase reversa (HPLC-RP). A rifampicina e a isoniazida apresentaram concentrações séricas dentro da concentração inibitória mínima (CIM), exceto a pirazinamida que apresentou valores abaixo da CIM (3,3μg/ml), porém com concentração máxima (Cmáx) bem acima dos valores preconizados (63,3μg/ml). Os pacientes do sexo feminino apresentaram concentrações séricas de rifampicina maiores que os do sexo masculino. As concentrações séricas da rifampicina e da isoniazida não apresentaram variações significativas entre a fase intensiva e a fase de manutenção. Os achados deste estudo permitem concluir que o tratamento atual é seguro e eficaz, pois as reações adversas menores foram as mais frequentes, não houve alterações hematológicas e bioquímicas relevantes, e a maioria dos pacientes evoluíram para cura.