Traços fósseis de crustáceos da Formação Pirabas, mioceno da Plataforma Bragantina, NE do Pará.

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2019
Autor(a) principal: GONÇALVES, Meireanny de Albuquerque lattes
Orientador(a): AGUILERA SOCORRO, Orangel Antonio lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br/jspui/handle/2011/12136
Resumo: Os depósitos miocenos da Formação Pirabas apresentam em seu conteúdo fossilífero registros de crustáceos decápodes pertencentes à epifauna e infauna. Estes organismos também são assinalados pela presença de icnofósseis que permitem a discriminação das principais atividades realizadas durante a construção destas escavações. As descrições das microfácies em associação com as principais ocorrências de traços fósseis na Formação Pirabas permitiram maiores interpretações sobre a distribuição e comportamento dos crustáceos decápodes, assim como as principais condições de salinidade, batimetria e oxigenação do paleoambiente. As microfácies carbonáticas descritas são mudstone, wackstone maciço com equinodermas, packstone rico em foraminíferos e moluscos, grainstone com terrígenos e algas, bafflestone com briozoário e terrígenos, packstone/wackstone com laminação planoparalela, packstone/grainstone com foraminíferos e rudstone com fragmentos de moluscos. Os principais icnogêneros descritos são Thalassinoides, Gyrolithes e Sinusichnus individualizados em seis icnoespécies tais como Thalassinoides suevicus, Thalassinoides paradoxicus, Thalassinoides isp., Gyrolithes dravexi, Gyrolithes krameri e Sinusichnus sinuosos. Esta icno-assembleia apresenta características típicas da icnofácies Cruziana composta principalmente por construções predominantemente horizontalizadas de habitação (domichnia) e alimentação (fodinichnia) produzidas sob condições de energia que variam de níveis moderados a baixos. A quantificação da bioturbação permitiu a distinção de três icnofábricas denominadas icnofábrica Gyrolithes, icnofábrica Sinusichnus e icnofábrica dominada por Thalassinoides cujos índices de bioturbação variam entre ii=2, com taxas de 10-15% até ii=4 cujas taxas são de 35-65%. Estes índices indicam o aumento progressivo da intensidade da bioturbação desde a associação de tidal flat, laguna até a associação de barreira bioclástica. As análises petrografica, MEV (Microscópio eletrônico de varredura), EDS (Espectroscopia de enegia dispersiva) e DR-X (Difração de raio-X) indicaram diferentes composições no preenchimento dos traços compatíveis com microambientes reduzidos comprovados também pela presença de concreções de pirita e siderita, interpretados como reflexos da interação de microorganismos com a matéria orgânica e a redução do sulfato disponível dentro e no entorno das escavações.