Análise paleoambiental da Formação Pirabas no litoral do Maranhão, Brasil

Detalhes bibliográficos
Ano de defesa: 2011
Autor(a) principal: OLIVEIRA, Samantha Florinda Cecim Carvalho de lattes
Orientador(a): ROSSETTI, Dilce de Fátima lattes
Banca de defesa: Não Informado pela instituição
Tipo de documento: Dissertação
Tipo de acesso: Acesso aberto
Idioma: por
Instituição de defesa: Universidade Federal do Pará
Programa de Pós-Graduação: Programa de Pós-Graduação em Geologia e Geoquímica
Departamento: Instituto de Geociências
País: Brasil
Palavras-chave em Português:
Área do conhecimento CNPq:
Link de acesso: http://repositorio.ufpa.br:8080/jspui/handle/2011/14795
Resumo: A Formação Pirabas é uma unidade geológica reconhecida pelo seu abundante conteúdo fossilífero, que inclui um grande número de grupo de invertebrados e vertebrados. Esta unidade aflora no litoral norte e nordeste brasileiro, nos estados do Pará, Maranhão e Piauí. A maior parte dos estudos fossilíferos da Formação Pirabas enfatizaram, inicialmente, os invertebrados. No entanto, estudos utilizando ictiólitos têm sido enfatizados nos últimos anos, o que se deve à sua resistência à dissolução, ao transporte e à deposição. Além disto, o tamanho diminuto favorece recuperação de maneira mais contínua em diferentes níveis estratigráficos, o que permite sua utilização como elemento auxiliar em interpretações paleoambientais. Este trabalho objetivou prospecção de ictiólitos da Formação Pirabas exposta no litoral do Estado do Maranhão, bem como sua identificação e integração com dados faciológicos. Esta área de estudo está inserida na Bacia de São Luís, que possui preenchimento de 4.000m de espessura, sendo principalmente representado por rochas cretáceas e uma delgada cobertura cenozóica, a última representada pelas formações Pirabas e Barreiras, depositadas, em grande parte, no Mioceno. As exposições estudadas ocorrem sob a forma de falésias dispostas entre as cidades de Alcântara e Guimarães. Carbonatos miocênicos com registro de ictiólitos nesta localidade são pontuais, com ocorrência sob forma de camadas delgadas inferiores a 2 m de espessura, que intergradam, lateral e verticalmente, com depósitos siliciclásticos. Estes estratos ocorrem sob forma de três unidades estratigráficas, sendo a unidade 2 a que documenta calcários fossilíferos relacionados com a Formação Pirabas. As falésias estudadas incluem as das localidades de Canelateua, Mamuna Grande, Peru e Base. Foram analisadas 16 secções delgadas de amostras derivadas destas localidades que resultou na descrição de quatro microfácies carbonáticas, além de uma de argilito. As amostras forneceram 30 ictiólitos que foram fotografados, identificados e descritos sob microscópio eletrônico de varredura. Além de ictiólitos, o estudo petrográfico registrou a presença de outros fósseis na localidade como: briozoários, foraminíferos, gastrópode, bivalves, algas e equinóides. A integração de dados paleontológicos e microfaciológicos são consistentes com deposição de carbonatos em paleoambientes dominantemente de baixa energia, com indícios de condições redutoras e sujeito à frequente introdução de grãos siliciclásticos. Essas características, adicionadas à baixa freqüência de fósseis em grande parte das amostras analisadas, corroboram interpretações anteriores de que a deposição desses estratos teria ocorrido em paleoambientais parálicos do tipo estuarino. Entretanto, a abundância de fósseis tipicamente marinhos em algumas amostras, associada à presença de elementos ictiológicos comuns em ambientes com salinidade normal, denotam introdução periódica de influxos salinos. Portanto, pode-se concluir que os estratos analisados foram depositados em associação a sistemas estuarinos, porém representando fácies mais distais deste sistema, representativas de ambientes sujeitos à maior influência marinha.